O fluxo cambial persiste negativo e há perspectivas de melhora, com os ingressos das captações externas. Ultimo dado: US$ 5,1 Bi negativos no ano.
A balança comercial, que até insinuou duas semanas antecedentes de melhora, voltou a negativa nesta terceira semana. Último dado: US$ 6,489 Bi negativos no ano. O numero é expressivo, mas o Mdic justifica que foi consequência da normalização de registros da importação de combustíveis no SISCOMEX referentes às semanas anteriores de abril e a transações realizadas em 2012, devido a mudanças operacionais implementadas pela IN 1282/2012 da RF. Seria o caso de se perguntar se as relativas a 2012 não deveriam ocasionar alterações nas planilhas de 2012 e alterar os saldos da balança comercial de 2012, visto que a forma atual deixa transparecer que foram “empurradas” por conveniência para este ano. A perspectiva de melhora está atrelada a exportação da safra agrícola que, contudo, está em curso e não está promovendo a recuperação esperada.
Os bancos, ante a escassez de ingresso de recursos externos seja pelo canal comercial, seja pelo canal financeiro, estão operando com a utilização de linhas externas junto aos banqueiros externos, e, já acumulam algo como US 11,3 Bi em posições “vendidas” no mercado à vista.
Enfim, o país precisa de dólares efetivos, caso contrário terá que recorrer à utilização das suas reservas cambiais.
Há efetiva expectativa, a partir do intenso numero de anúncios, com IPO’s e, principalmente, com captações de recursos externos por empresas brasileiras, valendo-se da expressiva liquidez no mercado internacional provocada pelo programa japonês de reativação econômica, que impõem queda nas taxas de juro, barateando o custo das mesmas, que o fluxo cambial melhore.
Na balança comercial a expectativa é que as exportações das safras agrícolas trouxessem relativa recuperação da balança comercial, mas isto não vem sendo suficiente.
Isto faz com que as perspectivas presentes estejam inibindo uma alta mais agressiva do preço da moeda americana, como sugeriria o quadro presente, já não tão contornável com a oferta de “swaps cambiais”, pois está faltando divisas efetivamente, mas não são suficientes para promover a apreciação do real, certamente como o governo espera e deseja.
O governo esta dando “tempo ao tempo” para ver se o contexto se alinha favoravelmente, enquanto isto reluta em retirar as barreiras tributárias que impedem o ingresso de recursos externos de curto prazo, que certamente estariam fluindo para o Brasil, não com a intensidade vista outrora, mas em volume que atenuaria este quadro deficitário atual.
Então, neste período o mercado de câmbio flutuante efetivamente “flutua” de forma compatível com a sua realidade e perspectivas.
Se as perspectivas não se confirmarem vai assumir tendência de valorização da moeda americana, e, caso venham a se confirmar o real será apreciado de forma racional.
Nada no câmbio ainda é definitivo neste ano, que tem um perfil adverso em termos de fluxos externos e que encontra na liquidez do programa desenvolvido pelo Japão, algo não previsto, a oportunidade do reequilíbrio.