Nossos bônus perdem espaço em relação às emissões dos países da AL, em linha com a perda de atratividade do país para os investidores estrangeiros e, na ponta, isto se faz evidente nos números do fluxo cambial

Este cenário conspira contra o claro intuito do governo utilizar o real apreciado para conter de forma confortável a pressão inflacionária significativa presente na economia brasileira, cada vez mais disseminada pelos mais diferentes setores e, torna mais evidente a necessidade da utilização da elevação da taxa de juro, possibilidade até discretamente admitida pelas autoridades monetárias, mas com indisfarçável desconforto, inclusive político.

Em termos relativos, segundo matéria do jornal Valor, o Brasil detinha em 2012 algo como 56,7% das emissões de bônus na América Latina e agora tem fatia em 2013 de 32,1%, perdendo espaço para México, Colômbia, Chile, Peru, etc.

O país tem um estoque liquido de divisas de comércio exterior …

Este cenário conspira contra o claro intuito do governo utilizar o real apreciado para conter de forma confortável a pressão inflacionária significativa presente na economia brasileira, cada vez mais disseminada pelos mais diferentes setores e, torna mais evidente a necessidade da utilização da elevação da taxa de juro, possibilidade até discretamente admitida pelas autoridades monetárias, mas com indisfarçável desconforto, inclusive político.

Em termos relativos, segundo matéria do jornal Valor, o Brasil detinha em 2012 algo como 56,7% das emissões de bônus na América Latina e agora tem fatia em 2013 de 32,1%, perdendo espaço para México, Colômbia, Chile, Peru, etc.

O país tem um estoque liquido de divisas de comércio exterior represado no exterior da ordem de US$ 15,0 Bi a ser ingressado (Exp. US$ 24,0 Bi – Imp. US$ 9,0 Bi) e isto pode trazer em perspectiva algum conforto aos bancos que mantém posição vendida no mercado à vista em torno de US$ 8,0 Bi, confiantes que aquele montante ingressará em algum momento e os suprirá com a oferta necessária. Contudo, este é um risco, pois os exportadores justamente estão represando divisas no exterior em decorrência da baixa taxa cambial predominante no nosso mercado no momento, o que coloca de forma evidente que o ingresso possa estar condicionado à melhora do preço da moeda americana.

Mas, também deve ser considerado que o fluxo financeiro tem comportamento neste ano de 2013 bastante desapontador, e poderá consumir esta “reserva técnica” gradativamente mês a mês. Da mesma forma a pressão da demanda poderá vir a se intensificar no tempo em descompasso com esta possibilidade de oferta.

O BC tem ainda mantido o real apreciado não se podendo admitir que a taxa por estar acima de R$ 2,00 não esteja apreciada, pois o quadro presente é de baixa liquidez e sugere que poderíamos ter a taxa cambial no entorno de R$ 2,10, com base nos fundamentos do mercado.

Na realidade o real está apreciado e nos parâmetros possíveis de indução por parte do BC que ainda conta com a parceria dos bancos, que a rigor não tem interesse de que a taxa se eleve, a menos que consolidem em termos totais o “hedge” de suas posições vendidas no mercado à vista.

Com oferta de “swaps cambiais” o BC promove a liquidez no mercado futuro que é absorvida pelos bancos para fazer “hedge” de suas posições vendidas e desta forma vem atenuando a continuidade das pressões altistas no preço da moeda, ou, eventualmente quando há melhora do fluxo os próprios bancos forçam o preço da taxa para queda para otimizar a cobertura.

Entendemos que o país não tem um quadro de tranquilidade no cenário cambial neste ano como nos anos mais recentes, sendo ainda muito incerto que possa construir um fluxo cambial mais favorável e, não se pode perder de vista que terá que honrar um déficit em transações correntes da ordem de US$ 65,0 Bi, que pode vir a ser aumentado.

O ambiente no todo é de muita complexidade e carente de delineamentos mais objetivos por parte do governo.

Tem o desafio de difícil superação de fazer o país crescer num ambiente de aquecimento inflacionário já preocupante, o que, em regra, se revela inviável, pois ao agir pró-crescimento estimula inflação e ao conter inflação desestimula o crescimento.

Por outro lado, busca utilizar o atalho da pratica de indução da apreciação do real num ambiente de menor ingresso de moeda estrangeira no país.

Este imbróglio só fomenta incertezas e não promove perspectivas otimistas.

 

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