Nossos problemas são nossos e estão carentes de soluções a partir dos nossos gestores, temos crescimento baixo e inflação alta, havendo sérios constrangimentos para aplicação do tratamento apropriado e um complexo choque entre as diretrizes possíveis para conter a inflação e para fomentar o crescimento.
O cenário externo predominante não é de entusiasmo e otimismo, mas ainda há espaços para política monetária alinhada visto que ocorre o baixo crescimento num ambiente de baixa inflação ou até desinflação. Estados Unidos praticam juros quase “zero” e incrementam a liquidez; da mesma forma a Europa, em especial a eurozona tem o BCE anunciando que poderá baixar o juro dos 0,75% atuais e continua fomentando a liquidez. No extremo temos o caso do Japão, que busca com um agressivo programa de compras de títulos de governo irrigar com liquidez intensa o seu mercado e estimular o consumo buscando, acreditem, conquistar o retorno da inflação, algo como 2% em 2 anos.
Nossos problemas são nossos e estão carentes de soluções a partir dos nossos gestores, temos crescimento baixo e inflação alta, havendo sérios constrangimentos para aplicação do tratamento apropriado e um complexo choque entre as diretrizes possíveis para conter a inflação e para fomentar o crescimento.
O cenário externo predominante não é de entusiasmo e otimismo, mas ainda há espaços para política monetária alinhada visto que ocorre o baixo crescimento num ambiente de baixa inflação ou até desinflação. Estados Unidos praticam juros quase “zero” e incrementam a liquidez; da mesma forma a Europa, em especial a eurozona tem o BCE anunciando que poderá baixar o juro dos 0,75% atuais e continua fomentando a liquidez. No extremo temos o caso do Japão, que busca com um agressivo programa de compras de títulos de governo irrigar com liquidez intensa o seu mercado e estimular o consumo buscando, acreditem, conquistar o retorno da inflação, algo como 2% em 2 anos.
Por aqui temos um cenário cambial que revela bancos utilizando linhas externas para ancorar posições “vendidas” no mercado à vista, constituídas pela insuficiência de fluxo cambial favorável. As instituições financeiras registram no momento algo em torno de US$ 8,0 Bi de exposição nestas posições “vendidas”.
O fluxo cambial vem se revelando com viés negativo, fato que vem se mantendo com esta tendência desde agosto de 2012, exceto o mês de novembro de 2012, e merecendo destaque o fato de que o retrospecto demonstra que o período de maior intensidade de fluxo favorável para o país ocorre no 1º quadrimestre, o que não se confirma neste ano, o que fortalece a nossa perspectiva pouco otimista neste quesito para este ano.
Há uma “reserva técnica” de fluxo cambial a ser realizada, correspondente à diferença entre as exportações e importações realizadas ainda com contratação de câmbio a realizar, no montante em torno de US$ 15,0 Bi, que vem aumentando mês a mês desde quando a taxa cambial passou a revelar o real apreciado por indução do governo.
Poder-se-ia imaginar que este montante represente “lastro” suficiente para dar suporte ao montante de posições “vendidas” dos bancos no momento e sua eventual expansão. Contudo, a continuidade do fluxo negativo, em especial no quesito financeiro, poderá absorver integralmente este ponto de conforto de forma rápida, ainda mais quando se percebe que a balança comercial brasileira não vem, também, tendo desempenho satisfatório.
Há evidência de que o ingresso da “reserva técnica” de US$ 15,0 Bi, representando o líquido entre exportações de US$ 24,0 Bi e importações de US$ 9,0 Bi já realizadas e a terem os câmbios contratados, poderá não ocorrer de imediato, ficando aguardando uma elevação da taxa cambial, ao mesmo tempo em que o montante de importações poderá ser resgatado de imediato, aproveitando o real ainda apreciado.
Este descasamento poderia fazer elevar-se para US$ 24,0 Bi esta “reserva técnica”, só com a ponta das exportações a contratar, ao mesmo tempo em que as posições vendidas dos bancos poderiam ser levadas a se expandir a US$ 17,0 Bi, ou mais se o fluxo financeiro revelar-se negativo.
Este cenário com descasamentos sugere pressão de demanda na fase do real apreciado, sendo que a oferta tende a ocorrer somente num ambiente com a taxa cambial mais elevada. A resultante deste quadro é pressão altista na formação do preço da moeda americana.
Há também duvidas se os bancos estariam dispostos a expandirem suas posições “vendidas” suportadas por linhas externas e se os atuais limites estabelecidos pelo BC comportariam a mesma.
Posições “vendidas” viabilizam para os bancos captação de recursos em reais a custos baixíssimos, quando não até a zero, mas esta é uma engenharia que precisa do conforto da perspectiva de liquidez no mercado de câmbio a vista adiante e no mercado futuro no momento para fazer “hedge” que, contudo, é nesta ponta somente uma operação financeira que não envolve divisas efetivas, mas que serão necessárias efetivamente em algum momento. Por ora, o BC tem sido o fornecedor de “swaps cambiais” para o “hedge”, mas na ponta final poderá ser exigido a fornecer divisas efetivas caso o fluxo cambial não demonstre recuperação.
Por enquanto, o preço da moeda americana vai galgando pequenos degraus no preço, mas ainda revela-se volátil diretamente afetada pelo comportamento de piora ou melhora pontual do fluxo, por isso temos o recuo visto ontem e que perdura hoje.
Continuamos considerando que nada é definitivo no nosso mercado de câmbio este ano, pois poderemos ter pressões mais acentuadas sobre a formação do preço da moeda americana, pela performance desapontadora do fluxo cambial, e então serão necessárias efetivas divisas e não os instrumentos financeiros para “hedge” denominados “swaps cambiais”.