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Mercado financeiro foca o IPCA que será divulgado na próxima quarta, e mantém expectativa que fluxo cambial atual melhore, pois ingresso de captações externas no segmento financeiro parece ainda insuficiente.

O Boletim FOCUS do BC projeta em 0,45% o IPCA de abril que será divulgado na próxima quarta-feira pelo IBGE e o projeta acumulado para 2013 em 5,71% e para os próximos 12 meses em 5,59%.

Para o crescimento do PIB mantém a projeção em 3,0%, porém reduz a projeção da produção industrial de 2,83% para 2,39% em 2013. Números recentes divulgados pelo IBGE evidenciaram que no 1º trimestre houve uma queda de 0,5% na produção industrial, contrariando as expectativas, na comparação com o mesmo período em 2012. No mesmo período comparado, o volume de produtos importados cresceu 8,1%, enquanto as exportações da indústria nacional recuaram 5,0%. É importante observar que os produtos importados, além do fator preço local da moeda americana, estão apresentando queda nos preços em dólares e desta forma potencializam a capacidade de concorrência.

O governo, ao que tudo indica pretende ter o preço do dólar com um piso máximo de R$ 2,00, como ponto neutro para não exercer pressão inflacionária, e a projeção FOCUS aponta este valor, mas é importante observar que a balança comercial tem uma projeção bastante fragilizada para seu superávit este ano, algo em torno de US$ 10,0 Bi, com viés de baixa.

Na contraponta, a projeção atual para os IED´s posta pelo FOCUS é de US$ 60,0 Bi, e assim vem se mantendo por várias semanas, havendo dúvidas se será consumado.

Por outro lado, a projeção FOCUS para o déficit em transações correntes está em US$ 70,0 Bi, que zera a somatória das projeções para IED´s e saldo da balança comercial no ano.

Este é um sinal claro de que precisa melhorar o ingresso de recursos financeiros, que está frustrando as expectativas mais recentes de ingressos de captações externas e ingressos para IPO´s na BMF&BOVESPA ou indicando que os mesmos estão insuficientes para atender o volume de saídas.

Este contexto é indutor de alta do preço da moeda americana se não demonstrar tendência de mudança. Há, portanto, incerteza presente efetiva quanto à tendência sustentável do preço do dólar para este ano.

Bancos na virada do mês diminuíram suas apostas na queda do dólar ao reduzir suas “posições vendidas” no mercado futuro, ao mesmo tempo em que os investidores institucionais diminuíram suas apostas na alta do dólar ao reduzir suas “posições compradas” no mercado futuro. Os “estrangeiros” mantiveram suas “posições vendidas” praticamente inalteradas apostando na queda do dólar.

Os bancos, após a 1ª semana de maio, estima-se, ainda estão “vendidos” no mercado à vista de dólar com volume em torno de US$ 6,0 Bi e para cobrir esta posição é necessário que melhore o fluxo cambial, caso contrário continuarão utilizando suas linhas externas. Porém, no mercado futuro ainda estão “vendidos” em US$ 3,6 Bi em cupom cambial-DDI e US$ 0,3 Bi em dólar futuro.

O momento não sugere ambiente para apostas nem pró e nem contra o dólar no nosso mercado, as perspectivas estão nebulosas e muito dependentes do comportamento do fluxo cambial ao longo do ano.

Os dados e perspectivas presentes são mais indutores a alta do que a queda do preço, logicamente com base nos fundamentos normais que afetam o mercado de câmbio flutuante.

Como o governo deseja a moeda americana num patamar de preço que não afete a inflação, há inúmeras alternativas para alcançar este objetivo visto que têm reservas cambiais com as quais poderá suprir a liquidez, ou, alternativamente flexionar normativos e atrair divisas de curto prazo para o país, já que a liquidez em dólares e euros é farta no mercado internacional.

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