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Humor tem estimulo do mercado financeiro. Realidade não é tão benigna

Há, até certo ponto, um descabido otimismo com o momento “pós Dilma” e o novo “staff” diretivo do governo brasileiro, mas, em realidade, não há concretos fundamentos para que isto aconteça da forma que vem acontecendo.

Muito calcado em esperanças e expectativas que não se consolidam de fato, mas que fomentam o bom humor, sem que nada de concreto tenha sido efetivo.

A economia brasileira continua com o quadro substantivamente recessivo, com o setor produtivo, em especial o industrial evidenciando quadro desanimador e desemprego massificante. Portanto, o cenário concreto da economia brasileira continua altamente negativo.

Ampliou-se sobremaneira às projeções de soberbo déficit fiscal, até certo ponto excessivo, e já havendo sinais de provável rompimento do limite dantesco estabelecido, sem que se tenha criado novas e verdadeiras perspectivas, muito pelo contrário sem que se tenha criado diretrizes para política fiscal, havendo expectativa quanto a reforma previdenciária e falas a respeito de que elevação de tributos será a alternativa última.

A economia ratifica sua projeção de queda do PIB, arrastada pelo fraco desempenho  da indústria,  que continua desempregando e atraindo baixo investimento.

Da inflação, num ambiente recessivo da economia, era de se esperar queda maior e menos ancoragem numa taxa SELIC elevada.

No contexto atual, o déficit em transações correntes e o saldo projetado da balança comercial são extremamente pontuais, haja visto que a atual taxa de câmbio, utilizada como atenuante as pressões inflacionárias, acaba por prestar relevante desserviço a economia, pois seu impacto é irrisório e vai acabar conspirando contra as exportações brasileiras e, em perspectiva, exercendo forte estimulo ao ressurgimento das importações.

Num cenário que evidencia bancos com posição vendida da ordem de US$ 9,5 Bi, saídas de capital financeiro de US$ 30,0 Bi, é absolutamente necessário que o BC seja zeloso na gestão da política cambial.

Taxa cambial em torno de R$ 3,25/3,30 está totalmente desalinhada com a realidade da economia brasileira e conspira sobre sua retomada de atividade contributiva a retomada da atividade econômica.

Ao final, nem conseguiremos alcançar os propósitos em busca do centro da meta de inflação e nem os estímulos imponderáveis gerados na economia com uma taxa cambial compatível com a realidade.

Em nossa visão, há muitos discursos e propósitos de parte do governo, mas em realidade há muito ou quase tudo a ser feito para que a economia conquiste desempenho.

Pouco foi feito, há muito o que fazer.

 

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