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Gastos de brasileiros em viagens ao exterior são recordes para março, e, ao apontar números expressivos e crescentes, preocupam!

Em março, mês que já não contempla férias escolares, o país registrou recorde de gastos com viagens ao exterior ao atingir US$ 1,870 Bi, maior resultado para o período na série histórica do BC, iniciada em 1969.

Em tempos de PLD cada vez mais rigoroso, seria sensato que se avaliasse mais detidamente com que qualidade e forma estão sendo promovidos estes tipos de gastos e quais são as vias pela qual tem escoado em tamanha profusão.

Vivendo como um país abastado, o Brasil liberou várias formas de disponibilização de aquisição de divisas para viagens ao exterior. Hoje não há impedimentos rigorosos para a aquisição, mas há pontos que não ficaram bem elucidados nos seus “por quês”.

Um dos que mais chama atenção é o fato das compras com cartões de crédito, emitidos por operadoras nacionais e aceitos no exterior, serem tributadas com o IOF de 6% + 0,38% nas compras externas com identificação das fontes recebedoras, enquanto os cartões de crédito “pré-pagos” carregados com disponibilidade em dólares no país não o serem. Ambos motivam operações cambiais de troca e, a rigor, deveriam ter tratamento tributário idêntico, e deveriam identificar os seus locais de disponibilização das divisas.

Evidentemente, a conquista do direito e condição de viajar ao exterior são meritórias e tem proporcionado a exuberante numero de brasileiros a oportunidade de conhecer o mundo, realizar compras e conviver com outras culturas.

Todavia, o crescente e preocupante gasto dos brasileiros no turismo externo suscita, minimamente, que se examine mais detidamente esta matéria e se tudo cumpre as normas de PLD, para que o país não esteja sendo logrado no seu intento de viabilizar a otimização das viagens e turismo internacionais dos brasileiros ao exterior.

A nossa colocação é tão somente de cunho “curioso” ante a expressividade dos números, já que o numero é divulgado, mas, não há detalhamento da quantidade de viajantes, valores adquiridos no mês com o mesmo CPF, destinos, etc.

Em 2012 no 1º trimestre os gastos atingiram US$ 5,3 Bi e neste ano já totalizam US$ 6,0 Bi, embora com o dólar com preço mais caro. No ano passado o país gastou mais de US$ 22,0 Bi, valor bem acima do que foi gerado pelo superávit da balança comercial, por exemplo.

Os sinais recentes do fluxo cambial sugerem que todos os canais de saída de recursos em dólares do país sejam mais bem observados, inclusive das importações que perderam o eficaz controle que era exercido, sem custos e automaticamente, pelo SISCOMEX.

E, por falar em fluxo cambial, houve melhora na semana passada motivada por um “relevante e pouco percebido pelo mercado” ingresso de US$ 4,368 Bi, absolutamente atípico ao perfil atual, no dia 15, podendo também ter ocorrido no dia 11 ou 12 e registrado naquela data por questão de critérios estatísticos, quando sequer a taxa cambial despertava maior atrativo para o evento.

Mas, enfim, a estatística divulgada pelo BC aponta o fato que determinou a reversão do fluxo cambial do mês para positivo US$ 1,116 Bi, resultando de comercial positivo US$ 4,093 Bi e financeiro negativo US$ 2,977 Bi.

O comportamento do mercado manteve o dólar no entorno do preço que vem sendo praticado nos últimos dias, cedendo um pouco, prevalecendo a expectativa de que possa ocorrer melhora no fluxo cambial efetivamente pelo canal financeiro, consequente das captações de recursos no mercado internacional por empresas brasileiras.

Efetivamente, o mercado de câmbio convive com o ambiente “mais do mesmo”, pelo menos até que se tornem reais as perspectivas de melhora de ingresso de divisas no país.

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