A fragilização da situação econômica dos países periféricos na eurozona continua acentuando as preocupações do mercado financeiro global, e as “aferições mais imediatas” do sentimento prevalecente podem ser obtidas ao verificar-se a forte…
A fragilização da situação econômica dos países periféricos na eurozona continua acentuando as preocupações do mercado financeiro global, e as “aferições mais imediatas” do sentimento prevalecente podem ser obtidas ao verificar-se a forte derrocada do Euro frente ao Dólar, valendo agora menos do que US$ 1,30, e com os T-Bills do Tesouro americano de 10 anos valorizando-se como consequência da “busca de refúgio seguro”, fechando sua curva de juro “yeld” para 2,76% aa após terem fechado na última sexta-feira em torno de 2,86%.
As bolsas de valores mundiais repercutem o ambiente negativo dominante e operam em baixa, e a nossa BOVESPA, também em baixa, deve ser a pior aplicação financeira do mês, com substantiva perda.
O fato é que já não são suficientes as “ajudas” financeiras para re-equilibrar os descontroles fiscais dos países periféricos, pois há evidente perda de credibilidade na gestão de rigor por parte dos governos destes países, e assim, fica sempre o risco de, na ponta deste cenário conturbado, algum deles tomar a iniciativa de retirada da comunidade da eurozona, fato que teria repercussões muito danosas para a eurozona, mas com repercussões mais amplas no mercado financeiro global.
O dólar se valoriza ante as principais moedas, sendo ainda, apesar de todas as mazelas da economia americana, a melhor opção em situações de incertezas.
É importante destacar que as “commodities” evidenciam movimentos assimétricos, não recuando fortemente como se poderia esperar ante a valorização do dólar, o que é mais um fator de complexidade num cenário em que seria natural um recrudescimento nos preços num ambiente que sugere que as principais economias perdem dinamismo, e, além disto temos o fator China, indicando possível maior aperto monetário para conter as pressões inflacionárias, que em grande parte tem origem nas “commodities” alimentares.
A observação deste cenário é importante para o Brasil, que ao que transpareceu nos últimos relatórios do BC esperava uma queda nas pressões inflacionárias advindas dos preços de alimentos formados no mercado externo.
Este é um detalhe importante na inflação presente na economia brasileira, mas, sabidamente, não se sensibiliza com alta da taxa de juro SELIC.
O governo poderia desonerar fiscalmente os itens principais de consumo alimentar para aliviar esta pressão presente.
Contudo, os dados divulgados hoje pelo Banco Central do Brasil, sinalizando que a economia de R$ 9,7 Bi no setor público (superávit primário) para pagar juros da dívida caiu 30% em outubro em relação ao mesmo período do ano passado quando atingiu R$ 13,8 Bi, e que o déficit nominal atingiu R$ 6,3 Bi em outubro ante R$ 1,2 Bi em outubro de 2009, é fácil concluir que o governo tem pouco espaço para atitudes pontuais como seria recomendável.
Nos últimos 12 meses até outubro o déficit nominal ficou em R$ 87,8 Bi (2,52% do PIB).
Números desta magnitude deixam evidente o quanto é necessário reduzir-se a taxa de juro nominal e real da economia brasileira. Podemos crescer mais, simplesmente reduzindo custos.
No nosso mercado de câmbio os confrontos entre “comprados” e “vendidos” no dia da formação da Ptax são costumeiros, pelo menos até ser introduzida à nova sistemática de formação da Ptax por média aritmética em 4 amostras pontuais a partir de janeiro, e este fato conhecido enseja o aumento significativo do “giro no interbancário” para artificializar aquela taxa em conformidade com o interesse, no caso dos bancos por se dar no mercado a vista, já que o seu resultado é por média ponderada.
“Vendidos” no mercado à vista em torno de US$ 14,0 Bi; “vendidos” no mercado futuro em US$ 2,98 Bi e “comprados” no cupom cambial-DDI em US$ 10,2 Bi, podem estar priorizando a defesa de suas posições em cupom-ddi e assim desejar que o dólar se valorize, para ganhar nas duas pontas.
Do outro lado, os “hedge funds” estão “vendidos” no mercado futuro em US$ 4,07 Bi e “vendi-dos” no cupom cambial-DDI em US$ 8,2 Bi, focando esta posição tendem a desejar que o real se valorize para ganhar nas duas pontas.
Este cenário interno é diretamente focado nos derivativos, e torna insensível a formação do preço no nosso mercado de câmbio ao que ocorre neste momento no mercado internacional, onde o dólar se fortalece ante as principais moedas.
Por aqui, um pouco de volatilidade, sem contudo sair do eixo.