Passadas não mais do que 24 horas da euforia excessiva, a realidade retoma a cena, e, como consequência, há sinais consistentes de que hoje ocorrerão ajustes dos excessos de ontem, inevitáveis face à precipitação do otimismo…
Passadas não mais do que 24 horas da euforia excessiva, a realidade retoma a cena, e, como consequência, há sinais consistentes de que hoje ocorrerão ajustes dos excessos de ontem, inevitáveis face à precipitação do otimismo excessivo de ontem.
Em nossas considerações de ontem salientamos dois aspectos importantes:
Lideres políticos, aqui ou acolá, tem a preocupação de “capitalizar” os fatos que ganham destaque, mas não têm a preocupação de detalhá-los com precisão, o fazendo, habitualmente, de forma extremamente genérica.
O fato em si se constitui em melhora do cenário crítico europeu, mas é absolutamente fundamental que se conheça o detalhamento para avaliar-se a sua viabilização, e, até mesmo suficiência, já que há muitas dúvidas sobre a efetiva dimensão da demanda de recursos.
Além disto, é preciso ter presente que esta é uma estratégia de acomodação e não de solução, pois não há “passe de mágica” para solucionar o quadro deletério das situações fiscais dos países da eurozona, todos deverão acentuar os controles a parâmetros rígidos, o que pode determinar que na trajetória para o soerguimento, ocorra uma passagem por período recessivo.
Enfim, não há tempo fácil prospectivamente no médio prazo para os países da eurozona e mesmo da Europa, provavelmente a fase seguinte seja mais dura, pois haverá um monitoramento muito mais intenso.
Nos Estados Unidos, dados sobre a renda dos trabalhadores decepcionam ao crescer tão somente 0,1% em setembro ante projeções de 0,3%. Os gastos com consumo subiram 0,6% após 0,2% em agosto. O alto nível de desemprego tem promovido aumentos insignificantes nos salários, o que tem levado os americanos a reduzir os saldos de poupança para cobrir a diferença entre renda e consumo. A taxa de poupança caiu a 3,6% em setembro, a menor desde dezembro de 2007. Os dados relativos ao “Pending Home Sales” também causam decepção.
Bolsas europeias e Bovespa operam em baixa e as americanas indicam que abrirão em baixa. O petróleo ajusta seu preço para baixo em 1,54% cotado a US$ 92,41 o barril na Nymex, na mesma linha as “commodities” apresentam queda tanto nas metálicas quanto alimentares.
No Brasil, a FGV divulgou o IGP-M de outubro com 0,53% positivo após ter registrado 0,65% em setembro, o que evidencia desaceleração, acumulando 6,95% nos últimos 12 meses e 4,70% neste ano.
No mercado de câmbio o preço da moeda americana segue a trajetória que prevíramos, ou seja, atingir o entorno de R$ 1,70, e, a partir deste patamar evidenciar volatilidade decorrente da presença de demanda reprimida que estava aguardando este nível de taxa.
Assim, o preço do dólar tende a ficar oscilando já que a demanda cautelosa promoverá este comportamento.
Importante salientar que, este movimento de apreciação do real que projetamos, se consolidou mesmo com o dólar tendo discreta recuperação hoje frente ao euro no exterior.
Como temos salientado, na formação do preço da moeda americana no nosso mercado o fator direto é a oferta e procura, que o repõe como flutuante, o cenário externo induz os movimentos de saídas, que foram arrefecidos no aguardo da melhora do preço, pois não se trata de aversão ao risco, mas reforço de liquidez às matrizes.