Análise do Mercado – 28/03/2011

Esta semana tem tudo para ocorrência de fatos impactantes no mercado financeiro, aguarda-se que, finalmente, sejam baixadas novas medidas prudenciais e, também, serão divulgados dados relevantes…

Esta semana tem tudo para ocorrência de fatos impactantes no mercado financeiro, aguarda-se que, finalmente, sejam baixadas novas medidas prudenciais e, também, serão divulgados dados relevantes.

Não se tem mais dúvidas que o governo tributará os empréstimos externos de curto prazo, assim considerados até um ano, provavelmente estendendo o IOF de 5,0% + 0,38% incidente em operações até 90 dias para o novo prazo, e poderá vir até com uma alíquota mais pesada.

Também, poderá haver medidas quanto aos IED´S, cujo volume até o momento atingiu US$ 15,0 Bi, uma surpresa que esta sendo observada com relativa suspeição pelo governo. É possível que possa estar sendo utilizado, de forma sutil, para acobertar investimentos para aplicação em renda fixa no mercado financeiro, burlando a tributação do IOF de 6%. Poderá haver um prazo de permanência obrigatória no pais dos IED´s, o que afastaria este tipo de “malandragem”, e pouco afetaria os investimentos que efetivamente chegam para ficar.

Em termos objetivos estas, se efetivadas, serão medidas mais de política monetária do que cambial, pois buscará “fechar” brechas de ingresso de recursos externos que estão fomentando a liquidez do mercado financeiro e mantendo a concessão de crédito ao consumidor aquecida, o que vai frontalmente contra a estratégia definida pelo governo para conter as pressões inflacionárias.

Mas, verdadeiros ou não no objetivo do ingresso, o BC reajustou suas projeções para os IED´s neste ano, passando de US$ 45,0 Bi para US$ 55,0 Bi. Por outro lado, fez uma revisão bastante realista a respeito do fluxo de recursos externos direcionados para Bovespa e renda fixa, reduzindo a projeção anterior de US$ 40,0 Bi para tão somente US$ 15,0 Bi.

Mais medidas prudenciais focando restrições ao crédito ao consumidor estão sendo esperadas, já que o governo precisa conquistar maior credibilidade perante a comunidade financeira e evitar a fragilização das expectativas.

Teremos ao longo da semana dados internos importantes. Na 3ª feira, os dados de crédito em fevereiro; na 4ª feira, o relatório trimestral de inflação do 1º trimestre de 2011 e, ainda, o resultado primário do governo central em fevereiro e o IGP-M de março; a DPL e o resultado primário do setor publico, ambos de fevereiro, na 5ª feira; e, na 6ª feira, produção industrial e resultado da balança comercial mensal.

Hoje, o BC divulgou a edição do FOCUS da última 6ª feira, onde o mercado financeiro elevou a projeção do IPCA 2011 de 5,88% para 6%, ao mesmo tempo em que reduziu a projeção para o crescimento do PIB de 4,03% para 4,0%. Manteve a projeção para o US$ final do ano em R$ 1,70 e reduziu a da SELIC de 12,50% para 12,25%. Reduziu discretamente a projeção para o déficit em transações correntes de US$ 64,0 Bi para 63,2 Bi, elevando a projeção do saldo de balança comercial de US$ 15,0 Bi para US$ 15,5 Bi, o mesmo ocorrendo com os IED´S que passaram de US$ 42,50 Bi para US$ 44,0 Bi. Manteve, contudo, a projeção para o crescimento da produção industrial em 4,0%, mas setores com credibilidade já projetam este crescimento em torno de 3,5%.

No mercado de câmbio brasileiro o preço da moeda americana vem se mantendo próxima da estabilidade no entorno de R$ 1,66, porém, considerando os posicionamentos predominantemente “vendidos” dos “players” principais e sendo esta semana a ultima do mês, é bastante factível que ocorra pressão de maior apreciação do real na proximidade do final de semana, quando será estabelecida a Ptax básica para os ajustes.

Entendemos que as medidas que o governo a vier adotar, até tendo influência sobre o fluxo de divisas ao pais, no quadro presente não afetará a formação de taxa do dólar, serão vistas mais como medidas de política monetária por afetarem o fluxo de liquidez , pouco ou nada influenciando a formação de preço da moeda americana, mas, aliviando, isto sim, o BC no volume de divisas que precisa retirar do mercado de câmbio físico para as r0.eservas cambiais brasileiras.

 

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