Uma semana com perspectivas de forte “stress”, com foco global centrado no entrave presente no Congresso americano sobre a elevação do teto de endividamento do governo, que continua sem um acordo entre republicanos e democratas, com o…
Uma semana com perspectivas de forte “stress”, com foco global centrado no entrave presente no Congresso americano sobre a elevação do teto de endividamento do governo, que continua sem um acordo entre republicanos e democratas, com o envolvimento do próprio Presidente Obama nas discussões.
Dia 2 de agosto, próxima terça-feira, é a data limite, mas o acordo precisaria ocorrer antes para atender ações burocráticas e estar liberado naquela data.
A disputa, claramente de natureza política, entre republicanos e democratas está “brincando com fogo” e, parece não estar dimensionando bem “o risco de provocar um incêndio de grandes proporções”, e o mercado global já começa a repercutir esta preocupação, embora procure manter a convicção de que o acordo ocorrerá, por inevitável, até a data limite.
O acordo europeu que foi centrado na Grécia, mas também e principalmente no auto-socorro aos riscos abrangentes em perspectiva para outros países, e, em ultima instância a unidade em torno da moeda Euro, após o entusiasmo inicial começa a ser melhor analisado pelas agencias de risco.
A agência Fitch afirmou que o envolvimento do setor privado no socorro é um “default restrito”, mas considerou que o acordo é passo positivo para a estabilidade da região, sem deixar de ressaltar que haverá maior pressão sobre os ratings dos países da zona do euro sem recuperação.
A agência Moody´s foi menos complacente e rebaixou a classificação da Grécia mais uma vez, afirmando que o pacote de resgate de países europeus juntos aumenta o risco para os credores do pais.
Os problemas na euro-zona são diversos e passam pelo regulatório, bastante frágil e que acabou por viabilizar os desmandos de políticas fiscais, na medida em que não havia monitoramento.
Qual ou quais serão os próximos, já que a solução é paliativa e as regras entre os participantes da euro-zona precisam ser revistas para fortalecer o BCE na fiscalização do cumprimento as metas estabelecidas?
Atenuado o problema europeu, sabidamente não resolvido, tudo no momento repercutirá o que acontecer nos Estados Unidos em torno das discussões sobre a elevação do teto de endividamento. Qualquer sinal, positivo ou negativo ou até mesmo a persistência da indefinição afetará o comportamento no todo dos mercados financeiros globais.
As bolsas asiáticas e européias operam em queda, na mesma linha, mas com volatilidade, as bolsas americanas abriram sinalizando baixas maiores do que as prevalecentes na sequência, portanto voláteis. O dólar oscila frente ao Euro, Libra esterlina, yen, etc. A rentabilidade dos T-Bills de 10 anos se alargam com os papeis em queda indicando 3,01%. O preço do petróleo também está volátil.
Não há tendências, somente volatilidade e muita ansiedade.
No Brasil, temos a semana em que, ao seu final, será apurado pela 1ª vez a PTax pela nova sistemática de média aritmética simples em 4 tomadas de informação do mercado pelo BC.
Os “players” estão exercitando meios de influenciar na apuração da PTax nesta nova formatação de cálculo, por isso é que podemos ter uma pressão baixista fortemente induzida, agora com outra estratégia para influenciar o preço da PTax, já que não é mais média ponderada, mas para permitir que se informe uma taxa mais baixa ao BC no momento da pesquisa, que será a base para apuração da média aritmética.
A intensificação dos leilões de compra por parte do BC serão infrutíferos para conter o movimento de apreciação do real, visto que as vendas dos bancos para a autoridade monetária são espontâneas, só vendem se quiserem, e nesta faixa de preço, tudo leva a crer, não seria conveniente vender.
O risco contido na estratégia é o de estimular o crescimento da demanda geral sobre o mercado de câmbio físico a vista, ao apontar taxas muito baixas.
Na sexta feira o giro do interbancário já foi atípico para o cenário com a formação da Ptax pela média aritmética, superando os US$ 2,9 Bi quando o contumaz tem sido metade deste montante, indicando que possa estar ocorrendo operações simuladas com o intuito de criar um viés de alta ou baixa do real.
Devemos presenciar este comportamento ao longo desta semana.
Os “hedge funds” estão “vendidos” líquidos no mercado de derivativos US$ 22,1 Bi, sendo US$ 18,9 Bi em cupom cambial-DDI, enquanto os bancos estão “comprados” líquidos US$ 18,4 Bi, sendo US$ 14,8 Bi em cupom cambial-DDI e devem estar “vendidos” no mercado a vista no entorno de US$ 10,0 Bi.
A posição “vendida” líquida é predominante e isto, “a priori”, sugere que a moeda americana sofrerá pressão para maior depreciação, que hoje já a fez romper forte o preço abaixo do patamar de R$ 1,55.
O Boletim FOCUS continua mantendo a projeção de R$ 1,60 para o final do ano.
A nossa BOVESPA bastante debilitada e acumulando perdas de 13% neste ano, consegue se manter volátil, alternando alta e baixa, um tanto descolada do comportamento externo.
As preocupações acerca o embate no Congresso americano não parecem acentuadas no nosso mercado, mas é inegável que, se o impensável vier a ocorrer, haverá reflexos nos países emergentes.