O mercado global se fez mais otimista alimentado pela crença de que a moção de confiança ao 1º Ministro grego acabaria aprovada, por inevitável, como o foi por um placar apertadíssimo; com sinais positivos captados da área de fusões e aquisições…
O mercado global se fez mais otimista alimentado pela crença de que a moção de confiança ao 1º Ministro grego acabaria aprovada, por inevitável, como o foi por um placar apertadíssimo; com sinais positivos captados da área de fusões e aquisições e dados sobre o mercado residencial nos Estados Unidos, menos ruins que as projeções.
Mas, seriam fatos tão relevantes a ponto de promoverem expressivas altas nas bolsas americanas e terem animado o mercado de “commodities”. Certamente não!
A Grécia continua no tratamento intensivo, sobreviveu, mas as incertezas persistem. A discussão em torno da aprovação das medidas de austeridade ao final do mês, certamente promoverá protestos fortíssimos da população e implementação das mesmas será o novo desafio, já que a moção foi aprovada com pequena margem de vantagem no Parlamento.
Ultrapassada esta segunda barreira, deverá vir então, a ajuda de Euros 12,0 Bi, para depois alinhar-se novo pacote em torno de Euros 120,0 Bi.
Atenua, equaciona, mas até que a Grécia se restabeleça efetivamente vai uma longa trajetória, que muitos duvidam tenha capacidade de dar cumprimento.
Contudo, aos “trancos e barrancos” a Comunidade Europeia, em especial a eurozona, vai administrando os problemas relevantes presentes em torno dos países periféricos, que naufragaram ao conviver com uma moeda nova e forte e, para o que contribuíram as instituições e investidores que financiaram este núcleo de países, confundindo os seus riscos de crédito com o todo da eurozona.
Um erro que está deixando uma dura e amarga experiência, e, principalmente, uma lição de que misturar economias de pujanças diferentes requer monitoramento do comportamento fiscal e, principalmente, considerando que continuam diferentes em seus conceitos de risco.
Todos sabem que a Grécia não é um caso isolado, por isso os enormes esforços para evitar um “default” de sua parte, pois o efeito dominó seria praticamente inevitável.
Mas, ao que tudo indica, a euforia exacerbada de ontem, ainda com repercussões nos mercados asiáticos hoje, tende a provocar “ressaca” hoje, confirmando mais uma vez que “ sobe no boato e cai no fato”, e os mercados europeus e americano sinalizam abertura com muita cautela, seja pela sequência de superações ainda exposta à Grécia, seja, principalmente, pelas expectativas em torno do pronunciamento do Presidente do FED, após a conclusão da reunião do FOMC que deliberará sobre a taxa de juro, quando deve emitir opiniões sobre o “status quo” da economia americana e suas perspectivas. Ontem, havia rumores de que o FED pudesse prorrogar por mais um período de tempo o “QE2” que tem seu encerramento estabelecido para hoje ou mesmo dar sinais de um “QE3”, mas como o governo americano está cerceado na sua capacidade de endividamento pelo Congresso, antes da solução deste impasse parece difícil qualquer nova definição por parte do FED.
As bolsas europeias e as americanas sinalizam volatilidade, com forte foco nas explanações que serão realizadas por Ben Bernanke logo mais.
O petróleo era cotado em baixa na Nymex a US$ 93,82 o barril. Os T-Bills de 10 anos apontavam rentabilidade em queda a 2,95% após 2,99% ontem. O Euro está sendo cotado a US$ 1,4393.
No Brasil, véspera de final de semana prolongado, devido ao feriado de 5ª feira, o comportamento deve ser de cautela tendo em vista que o ambiente externo sugere postura defensiva, o que pode até determinar que a BOVESPA tenha comportamento desalinhado com o exterior.
Por isso, é provável que os mercados “andem de lado” ao término do dia, após alguns ajustes matinais.
No comportamento do dólar não se vislumbra nada que possa surpreender, devendo manter-se no entorno de R$ 1,58, não havendo nem motivos e nem razões, num ambiente que deve ser norteado pela cautela.
Hoje, às 12.30 hs., será divulgado pelo BC os dados do fluxo cambial até a semana passada.