O Banco Central do Brasil em complemento as Resoluções 3.914 e 3.915 baixadas em 20, vigentes a partir de 21, e que vetaram de forma radical as opções com ativos financeiros para oferta de garantia de margens nas operações de não residentes no…
O Banco Central do Brasil em complemento as Resoluções 3.914 e 3.915 baixadas em 20, vigentes a partir de 21, e que vetaram de forma radical as opções com ativos financeiros para oferta de garantia de margens nas operações de não residentes no segmento de derivativos da BM&FBovespa, e, estabelecendo que as migrações internas em Real para a constituição de margem de garantia para operações com estas características sejam tributadas pelo IOF de 6%, DETERMINOU diretamente a própria BM&FBovespa a exclusão da possibilidade de que as margens de operações dos não residentes sejam suportadas por Cartas de Fianças.
Fechou assim, a “janela aberta” que tanto comentamos e que fragilizava o conjunto de medidas adotadas pelo governo, tão enfatizadas pelo Ministro Mantega.
O direcionamento de medidas para o mercado futuro é o caminho certo, visto que no Brasil são os derivativos que ditam as tendências do preço da moeda americana, tendo a autoridade pouquíssimos instrumentos ou estratégias operacionais de intervenção efetiva para alterar os rumos que os especuladores, em sua grande maioria, determinam para os negócios.
O caminho preconizado sempre foi o normativo e tributário, afinal seguido. Sabidamente o “comprar tudo” ou a utilização dos instrumentos financeiros “swaps cambiais reversos” são altamente controversos entre a teoria e a prática, já que provocam mais apreciação do real.
Ainda identificamos na dinâmica dos leilões do BCB em que retira do mercado à vista volumes maiores do que os excedentes do fluxo um procedimento inadequado e fortemente indutor a apreciação do real, a partir do estimulo ao posicionamento “vendido” dos bancos.
Este é o reparo que consideramos faltante. O BCB deve interromper esta dinâmica de adquirir mais do que o mercado à vista tem a oferecer, e, ao mesmo tempo fazer com que os bancos saiam do posicionamento”vendido” acima de US$ 14,0 Bi atuais para posição nivelada ou, preferencialmente, comprada.
Medidas abruptas, se bem que no caso apresente absolutamente necessárias, sempre preocupam pois podem ocorrer “efeitos colaterais” nos segmentos especulativos, já que impacta na queda da liquidez e em movimentos de ajustes muito rápido. Observar é sempre importante.
A própria atitude de rigor pode ter um efeito maior do que a tributação do IOF, visto que gera incertezas sobre as perspectivas de ganhos fáceis no Brasil, e assim, deve provocar retração nos fluxos
Afinal, insegurança é o melhor antídoto a especulação, mas afeta também o bom investidor, por isso o fluxo cambial pode cair além do esperado.
Na BM&FBovespa os volumes operacionalizados em giro deverão cair bem e é bastante provável que o preço da moeda americana ganhe uma recuperação de preço, porém não sugestiva de grande entusiasmo de imediato, mas com um grau de volatilidade menor.