Termômetro Broadcast: Maioria das notas do Banco Central e Fazenda oscila em queda
A alguns meses do fim do governo Temer, as notas de avaliação do mercado financeiro para a gestão do Ministério da Fazenda e do Banco Central no Termômetro Broadcast de agosto pouco mudaram em relação a julho, com a maioria oscilando em queda. A média geral da Fazenda passou de 6,4 para 6,3 e a do Banco Central permaneceu em 6,9. Participaram da pesquisa 65 instituições do mercado financeiro, respondendo ao questionário entre os dias 24 e 31 de agosto.
A única nota a oscilar para cima foi a da Política Monetária do BC, de 7,1 para 7,2, enquanto a da Comunicação manteve-se nos mesmos 6,9 de julho. A média da Política Cambial teve ligeiro recuo, de 6,8 para 6,6. O câmbio continuou na berlinda durante todo o mês. No último dia 30, o dólar atingiu R$ 4,1541 no fechamento, segunda maior cotação nominal desde o início do Plano Real em 1994, em meio ao cenário eleitoral turbulento e pressão generalizada em moedas de economias emergentes. Naquele dia, com o dólar ultrapassando os R$ 4,20 no intraday o BC teve de intervir, realizando leilão extraordinário de contratos de swap cambial e evitando, assim, que a moeda cravasse seu pico histórico de fechamento na era do Real.
Termômetro Broad – Médias | ||
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Categorias | Julho | Agosto |
Nota Geral da Fazenda | 6,4 | 6,3 |
Política Fiscal | 6,3 | 6,2 |
Comunicação | 6,3 | 6,2 |
Nota Geral do Banco Central | 6,9 | 6,9 |
Política Monetária | 7,1 | 7,2 |
Política Cambial | 6,8 | 6,6 |
Comunicação | 6,9 | 6,9 |
Fonte: AE Dados |
A escalada da moeda elevou as dúvidas sobre o futuro da política monetária, em função dos receios sobre o impacto nos preços, embora não tenha abalado o consenso entre os economistas de que, pelo menos no Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês (dias 18 e 19) a Selic deverá ser mantida em 6,50%. A avaliação dos profissionais é de que o repasse deve ser mitigado pela fraqueza da atividade. Na última sexta-feira, o IBGE informou que o PIB do segundo trimestre subiu 0,2% ante o primeiro trimestre, cujo crescimento foi revisado de 0,4% para 0,1%.
No caso do Ministério da Fazenda, além da média geral, que caiu de 6,4 para 6,3, oscilaram em baixa a nota da Política Fiscal e da Comunicação, com ambas passando de 6,3 para 6,2. A questão fiscal manteve-se no centro das atenções. A Fazenda travou uma batalha nos últimos dias para manter o adiamento dos reajustes de servidores federais de 2019 e 2020. O presidente Michel Temer chegou a desistir de postergar o aumento, o que levaria a um impacto de R$ 4,7 bilhões nas contas públicas, mas voltou atrás diante da repercussão negativa da medida.
Por outro lado, Temer confirmou que enviará ao Congresso projeto para permitir o reajuste do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de 16,38%, que eles mesmos aprovaram. O aumento será concedido em contrapartida à derrubada do auxílio-moradia dos juízes.
O governo conseguiu, ainda, realizar o leilão das três distribuidoras da Eletrobrás – Ceron, Eletroacre e Boa Vista Energia – que fazem parte do plano de privatização da holding, no último dia 30.
Outra boa notícia foi o déficit primário de R$ 3,401 bilhões do setor público consolidado em julho, o melhor resultado para o mês desde 2013, quando houve superávit de R$ 2,287 bilhões.
O Termômetro Broadcast é produzido mensalmente pelos profissionais do AE Dados junto a bancos, corretoras, consultorias, gestoras de recursos, instituições de ensino, departamentos econômicos de empresas e outros com histórico de realização periódica de projeções de indicadores econômicos. A série histórica da pesquisa teve início em fevereiro de 2014.
A divulgação dos resultados é feita nos serviços em tempo real do Broadcast na quarta-feira mais próxima do dia 5 de cada mês. Em caso de feriado, a divulgação ocorre no primeiro dia útil subsequente.
São publicados apenas os resultados consolidados da pesquisa. As respostas individuais das instituições ficam em sigilo. A redação da Agência Estado não tem acesso às respostas individuais. O questionário, enviado por e-mail, deve ser respondido uma única vez por instituição, na última semana de cada mês.
Fonte: Agência Estado / Autor: Marcelo Augusto – Analista de Base de Dados e Indicadores • Dados