Mercado reduz projeção de inflação para 2025, mas IPCA segue acima da meta

Sede do Banco Central do Brasil em Brasília - (© Rafa Neddermeyer / Agência Brasil)
Boletim Focus aponta IPCA de 5,46% e PIB de 2,13% para este ano; Selic e dólar permanecem estáveis
Inflação recua, mas ainda supera teto da meta

O mercado financeiro voltou a reduzir a projeção para a inflação de 2025, conforme divulgado no Boletim Focus do Banco Central nesta segunda-feira (2). A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,50% para 5,46%. Apesar da queda, o índice permanece acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,50% para o ano, com centro de 3,00% e margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para os anos seguintes, as projeções do IPCA foram mantidas em 4,50% para 2026 e 4,00% para 2027. Já para 2028, houve um leve aumento na expectativa, de 3,81% para 3,85%.

PIB tem leve ajuste para baixo

A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 foi levemente reduzida, passando de 2,14% para 2,13%. Para 2026, a expectativa de expansão econômica subiu de 1,70% para 1,80%, enquanto para 2027 e 2028, as projeções permanecem em 2,00%.

A revisão ocorre após a divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2025, que apontou alta de 1,4% em relação aos últimos três meses de 2024, impulsionada pelo avanço do agronegócio e dos serviços.

Selic e câmbio permanecem estáveis

A taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 14,75% para o final de 2025, segundo as projeções do mercado. Para 2026, a expectativa é de queda para 12,50%, seguida por 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028.

No câmbio, a previsão para o dólar ao final de 2025 permanece em R$ 5,80. Para 2026, a estimativa é de R$ 5,90, retornando a R$ 5,80 em 2027 e 2028.

Perspectivas para os próximos anos

As projeções do Boletim Focus indicam uma expectativa de desaceleração gradual da inflação nos próximos anos, embora ainda acima do centro da meta estabelecida pelo Banco Central. O crescimento econômico, por sua vez, mostra sinais de recuperação, com ajustes positivos nas estimativas para os anos seguintes.

A manutenção da taxa Selic em patamares elevados reflete a cautela do mercado diante das pressões inflacionárias persistentes. Já a estabilidade nas projeções do câmbio sugere uma expectativa de equilíbrio nas contas externas e na política monetária.

Em resumo, o cenário econômico para 2025 apresenta desafios, com a inflação ainda acima da meta e crescimento moderado. Para os anos seguintes, no entanto, as projeções apontam para uma trajetória de desaceleração gradual da inflação e expansão da atividade econômica.


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