– Decisão reflete esforços para frear alta de preços em meio a pressões fiscais e cambiais –
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central concluiu com a elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, atingindo 12,25% ao ano. Essa decisão reflete a intensificação do esforço da autoridade monetária para conter os desafios inflacionários e estabilizar a economia em um cenário de incertezas internas e externas.
Contexto e justificativas para a decisão
A escolha do Copom por um aumento mais expressivo é influenciada pela desvalorização cambial, com o dólar atingindo novos patamares, e pela persistência de pressões inflacionárias nos preços de alimentos e combustíveis. O comitê sinalizou que essa postura poderá se manter nas próximas reuniões, caso os cenários adversos, como a fragilidade fiscal e a volatilidade global, persistam.
No comunicado oficial, o Copom destacou a importância de uma política monetária mais contracionista para garantir a convergência da inflação à meta de 3% estabelecida para 2024. No entanto, as expectativas do mercado já apontam um IPCA acima de 4,5%, teto da margem de tolerância.
Impactos econômicos e desafios futuros
A alta dos juros tem efeitos diretos na economia: o encarecimento do crédito tende a frear o consumo e os investimentos, ajudando no controle dos preços. Por outro lado, o crescimento econômico pode ser prejudicado. Apesar da expansão de 0,9% no PIB no terceiro trimestre, as projeções indicam um ritmo mais lento em 2024, com desafios adicionais trazidos por um cenário fiscal fragilizado.
Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência do Banco Central em janeiro, enfrentará a tarefa de equilibrar a política monetária restritiva com a necessidade de promover um ambiente econômico mais estável e previsível. Sua gestão será marcada pela continuidade de medidas rigorosas para controlar a inflação, mas também pela busca de uma comunicação eficaz com o mercado e o governo.
Expectativas do mercado
A pesquisa Focus reflete a preocupação dos agentes econômicos com a inflação persistente e os juros elevados. As projeções indicam que a Selic permanecerá acima de 12% ao longo de 2025, reforçando um ciclo de política monetária rigorosa. Esse cenário exige medidas adicionais para reconquistar a confiança do mercado e reduzir a pressão sobre os preços, sem comprometer a recuperação econômica.
Fonte: BC / EBC
