“Preocupação é procedente, mas há recursos previstos na Constituição para custeio da Previdência que os governos não tem repassado e que podem amenizar o déficit.” |
A eventual vitória dos candidatos Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) ou Ciro Gomes (PDT) pode aumentar o clima de polarização no Brasil e dificultar a aprovação de reformas no Congresso. A avaliação é do diretor associado e analista de risco para América Latina da provedora de dados IHS Markit, Carlos Caicedo.
“Um governo liderado por Bolsonaro, Haddad ou Ciro polarizaria o Brasil e provavelmente não teria maioria no Congresso, o que dificultaria ainda mais a implementação de políticas”, escreveu Caicedo, em relatório enviado a clientes obtido pelo Broadcast.
O analista pondera que, embora tenha um programa econômico claro, Bolsonaro tem passado nacionalista. Haddad, por sua vez, pode ser pragmático se for eleito, mas o PT defende políticas que são, segundo Caicedo, “parcialmente responsáveis pela severa deterioração macroeconômica do Brasil”. Ciro é visto pelo analista como alguém que “minimiza a seriedade do déficit fiscal insustentável do Brasil” e defende maior intervenção do Estado.
O analista da IHS Markit avalia que a tendência atual é a de que dois candidatos anti-establishment cheguem ao segundo turno, o que, na avaliação dele, pode ser arriscado para os mercados. “Um segundo turno entre a extrema-direita e a esquerda pode desestabilizar os mercados, com a improvável implementação de reformas pró-mercado”, opinou.
Fonte: Broadcast Agência Estado
Publicado: 17 de setembro 2018