Termômetro Broadcast: Notas do BC oscilam em alta e média geral retorna ao pico da série

Termômetro Broadcast: Notas do BC oscilam em alta e média geral retorna ao pico da série

As notas de avaliação da gestão do Banco Central (BC) mostraram avanço moderado em dezembro, mês em que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic ao novo piso histórico de 7%. É o que mostra o Termômetro Broadcast, cuja consulta e divulgação de resultados este mês foram antecipadas em função das festas de fim de ano.

A média de avaliação geral do BC oscilou de 7,6 para 7,7, retornando ao maior patamar da série histórica da pesquisa iniciada em fevereiro de 2014. Quanto ao Ministério da Fazenda, as médias quase não oscilaram, com a avaliação da gestão em geral mantida nos 6,7 pontos de novembro. Participaram do levantamento um total de 66 instituições, que responderam ao questionário entre os dias 12 e 19 de dezembro.

A média geral da administração do BC já havia atingido os 7,7 pontos (pico da série) nos Termômetros de julho de 2016 e de outubro de 2017. Nas demais notas, o maior avanço foi visto na da Comunicação, de 7,4 para 7,8 pontos. A nota da Política Monetária oscilou em alta, de 7,5 para 7,6, e a da Política Cambial, de 7,3 para 7,6.

Termômetro Broad – Médias
Categorias Novembro Dezembro
Nota Geral da Fazenda 6,7 6,7
Política Fiscal 6,3 6,3
Comunicação 6,5 6,3
Nota Geral do Banco Central 7,6 7,7
Política Monetária 7,5 7,6
Política Cambial 7,3 7,6
Comunicação 7,4 7,8
Fonte: AE Dados

Na reunião de política monetária dos dias 5 e 6, o Copom reduziu o ritmo do corte da Selic para 0,50 ponto porcentual, colocando a taxa em 7,0% ao ano, como já havia sinalizado que poderia fazer nos documentos anteriores e, com isso, deixou o mercado preparado para tal decisão. Não à toa, a aposta de queda da Selic em 0,5 ponto era quase unânime nas mesas e nos Departamentos Econômicos.

Na ata, o comitê citou tanto o risco de que efeitos secundários de choques de oferta e propagação do nível corrente baixo de inflação produzam inflação prospectiva abaixo do esperado, quanto o de um revés no cenário internacional num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes da economia. E voltou a sinalizar que poderá continuar a cortar a taxa básica em fevereiro, mas num ritmo ainda menor, considerando o atual estágio do ciclo. O colegiado pontuou, no entanto, que “essa visão para a próxima reunião” era “mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores”.

No câmbio, o BC concluiu hoje a sequência de leilões para rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem em 2 de janeiro, num total de 192.760 contratos (US$ 9,638 bilhões). No último dia 30, a autoridade monetária havia informado que pretendia realizar os leilões entre os dias 1º e 20 de dezembro, tornando a dinâmica de rolagem mais previsível para o mercado. Atualmente, a posição do BC nestes contratos é de US$ 23,8 bilhões.

ngo broad dez 2017

Fazenda

As notas da Fazenda praticamente não sofreram alteração em relação aos resultados de novembro. A única mudança foi na avaliação da Comunicação, cuja nota caiu de 6,5 para 6,3. As médias geral (6,7) e da Política Fiscal (6,3) ficaram inalteradas em dezembro.

Apesar do esforço do governo para aprovar a reforma da Previdência ainda em 2017 pelo menos na Câmara, a votação da proposta acabou ficando para o dia 19 de fevereiro de 2018 na medida em que o governo não conseguiu arregimentar votos favoráveis ao texto com margem de segurança suficiente para colocar a matéria em votação. No discurso do governo, a “vantagem” do adiamento é que até lá ganha-se tempo para convencer os parlamentares e a população da importância da reforma.

Porém, até que a data fosse definida, houve uma série de informações desencontradas a partir de declarações do próprio governo, ora sinalizando que seria este ano ora que seria em 2018. O caso mais emblemático foi o do líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Logo depois de o senador adiantar ao Broadcast que a votação ficaria para fevereiro de 2018, no dia 13, num momento em que o presidente Michel Temer estava internado em São Paulo, outros integrantes da base aliada e o próprio Palácio do Planalto começaram a negar que já havia uma decisão neste sentido. Mas a confirmação de que a votação havia sido mesmo postergada veio já no dia seguinte à declaração de Jucá, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) formalizou que tinha marcado o início da discussão sobre a reforma para 5/2 e a votação para 19/2.


Fonte: Agência Estado / Autor: Marcelo Augusto  – Analista de Base de Dados e Indicadores •  Dados

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