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Termômetro Broad: BC acelera estratégia para Política Monetária e notas têm melhora expressiva

São Paulo, 08/11/2017 – A avaliação do mercado financeiro sobre o trabalho do Banco Central teve melhora expressiva em janeiro, quando a autoridade monetária acelerou o ritmo do processo de corte da Selic, em decisão que vinha sendo amplamente defendida pelos economistas. É o que mostram os números do Termômetro Broad do mês passado, que teve participação de 57 instituições. As notas para a gestão em geral e para a Política Monetária subiram mais de 1 ponto, de 5,9 para 7,1, e de 5,8 para 7,4, respectivamente, entre dezembro e janeiro. Em relação às notas da Fazenda, todas as médias também evoluíram, com a avaliação em geral passando de 6,4 para 6,8.

Ainda com relação às notas do BC, a nota da Política Cambial subiu de 6,2 para 6,7 e a da Comunicação oscilou de 6,2 para 6,3.

O destaque do mês passado na gestão do BC foi a decisão de política monetária do último dia 11. O Comitê de Política Monetária (Copom), que na reunião anterior, no final de novembro, havia reduzido a taxa básica em 0,25 ponto porcentual, colocou o pé no acelerador em janeiro. Cortou a Selic em 0,75 ponto, para 13,00% ao ano, sem o tradicional gradualismo de passar primeiro pelo patamar de 0,50 ponto, o que foi comemorado, uma vez que as pressões inflacionárias haviam sido domadas e a atividade segue debilitada.

A conjuntura econômica, a evolução das expectativas inflacionárias rumo à meta central de 4,5% e o otimismo com o andamento das reformas fiscais levam os analistas a apostar na continuidade do ritmo de corte de 0,75 ponto nas próximas decisões, que deve colocar a Selic ao final do ano na casa de 9%, mas há profissionais apostando em um nível até abaixo disso.

No câmbio, depois de o BC rolar integralmente em janeiro os contratos de swap cambial tradicional que venceriam em 1º de fevereiro, o presidente Ilan Goldfajn sinalizou que poderá voltar a reduzir o estoque este mês. Em 1º de março, vencem cerca de US$ 7 bilhões. “Nós podemos rolar parcialmente se quisermos, ou rolar tudo ou não rolar nada. Depende das condições”, comentou, durante evento promovido pelo Credit Suisse, no último dia 31.

Além da avaliação geral, as demais notas do Ministério da Fazenda também subiram de dezembro para janeiro. A média para a Política Fiscal chegou a 6,6, de 6,2. A nota da Comunicação avançou de 6,3 para 6,9.

Os números fiscais referentes a dezembro e a 2016, divulgados no mês passado, foram assustadores, mas isso já era esperado. Enquanto o Congresso esteve em recesso e, portanto, não houve discussão nem votação das matérias fiscais de interesse do governo, o ministro Henrique Meirelles seguiu em peregrinação para esclarecer a necessidade das reformas e propagar otimismo sobre a evolução da economia. O fato de a inflação ter fechado 2016 abaixo do teto da meta de 6,5%, em 6,29%, em meio à descrença dos economistas durante boa parte do ano passado, que apostavam num IPCA de 7%, deu ainda mais credibilidade a Meirelles, que mantém o discurso de que a economia estará crescendo 2% no último trimestre e que já há sinais de crescimento neste primeiro trimestre.

Para tanto, o governo conta com a ajuda da queda consistente da Selic e de medidas para estimular o crédito que devem ser anunciadas nesta semana, além da já divulgada liberação do saque das contas inativas do FGTS e da redução das taxas do rotativo do cartão de crédito.

O Termômetro Broad é produzido mensalmente pelos profissionais do AE Dados junto a bancos, corretoras, consultorias, gestoras de recursos, instituições de ensino, departamentos econômicos de empresas e outros com histórico de realização periódica de projeções de indicadores econômicos.

A divulgação dos resultados é feita nos serviços em tempo real do Broadcast na quarta-feira mais próxima do dia 5 de cada mês. Em caso de feriado, a divulgação ocorre no primeiro dia útil subsequente.

São publicados apenas os resultados consolidados da pesquisa. As respostas individuais das instituições ficam em sigilo. A redação da Agência Estado não tem acesso às respostas individuais. O questionário, enviado por e-mail, deve ser respondido uma única vez por instituição, na última semana de cada mês.

Fonte: Agência Estado / Autor: Marcelo Augusto  – Analista de Base de Dados e Indicadores •  Dados