Risco de retrocesso ganha força com a queda da nota da Fitch

Risco de retrocesso ganha força com a queda da nota da Fitch

Por NGO

A Agência de Classificação de risco Fitch Ratings rebaixou, nesta quinta-feira (15/10) a nota de crédito do Brasil. O rating passou de BBB para BBB-, mantendo o grau de investimento, porém, a perspectiva é negativa, com possibilidade da perda do selo de bom pagador, impulsionado pela deterioração das finanças do governo e do cenário de recessão do país.

A decisão de queda na nota de rating é um reflexo dos elevados desafios fiscais, da piora do cenário econômico e do maior peso da dívida do governo. Para o diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme, o quadro é muito negativo. “Piorando devagar”, afirma.

Mesmo com o rebaixamento, o Brasil está classificado no chamado “grau de investimento”, ou seja, considerado um país recomendado para investimento. Se a perspectiva de queda se confirmar, ocorrendo mais um corte da nota, o país sairia do “grau de investimento” e passaria para o “grau especulativo”, acarretando em elevação de custo de financiamento tanto para o governo quanto para as empresas locais, além de reduzir o fluxo de dólar no país.

No mesmo dia da decisão da agencia de risco, o dólar recuou 0,32 por cento, a 3,8005 reais na venda, após atingir 3,7801 reais na mínima do dia e 3,8773 reais na máxima. “Venda seguiu forte com especuladores a despeito do fator Fitch negativo”, conta Sidnei Nehme.

Com a queda da nota, o Planalto quer acelerar a aprovação das medidas tributárias e orçamentárias. O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, disse que a aprovação se faz urgente para dar previsibilidade a economia. O andamento das medidas no Congresso encontra-se praticamente parado. Dentre elas estão duas que visão trazer recursos para os cofres públicos: a nova CPMF e o projeto que legaliza recursos brasileiros no exterior.

De acordo com matéria do portal UOL, o Planalto acredita que aliado a outros fatores, a pressão da queda da nota possa mudar ritmo do andamento das medidas no Congresso.

Neste cenário, o diretor da NGO alerta que o risco do retrocesso ganha força.

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