Mercado eleva previsão da inflação em 2024 de 4,05% para 4,10%

Sede do Banco Central do Brasil em Brasília - (© Rafa Neddermeyer / Agência Brasil)
BC projeta um crescimento da economia de 2,19% para este ano –

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 4,05% para 4,10% este ano. Essa estimativa consta no Boletim Focus desta segunda-feira (29), uma pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central (BC) que compila as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2025, a projeção da inflação subiu de 3,9% para 3,96%. Já para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro do intervalo de tolerância que deve ser perseguido pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,5% e 4,5%.

A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, o que elimina a necessidade de o CMN definir uma nova meta de inflação a cada ano. Em junho deste ano, o colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Em junho, a inflação, influenciada principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, foi de 0,21%, após ter registrado 0,46% em maio. De acordo com o IBGE, o IPCA acumula uma alta de 4,23% nos últimos 12 meses.

Juros Básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central manteve a taxa Selic a 10,5% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A recente alta do dólar e o aumento das incertezas econômicas levaram o BC a interromper o ciclo de cortes de juros iniciado há quase um ano. Na última reunião, em junho, o colegiado decidiu, por unanimidade, manter a Selic nesse patamar após sete reduções consecutivas.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic 12 vezes consecutivas, em resposta à alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano. Com o controle dos preços, o BC iniciou cortes na Selic.

Antes do ciclo de alta, a Selic foi reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo desde o início da série histórica em 1986. Devido à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central baixou a taxa para estimular a produção e o consumo, mantendo-a nesse patamar de agosto de 2020 a março de 2021.

O mercado financeiro prevê que a Selic encerre 2024 no atual patamar de 10,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é de uma nova redução para 9% ao ano em ambos os anos.

PIB e Câmbio

A recente atualização das projeções econômicas, apontadas pelas instituições financeiras, destaca um leve aumento na previsão de crescimento da economia brasileira para 2024, de 2,15% para 2,19%. Para 2025, a expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,94%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro prevê uma expansão de 2% ao ano.

Em 2023, a economia brasileira superou as expectativas, crescendo 2,9% e alcançando um valor total de R$ 10,9 trilhões, segundo o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi de 3%.

No Câmbio, as previsões indicam que o dólar deve encerrar 2024 cotado a R$ 5,30. Para o fim de 2025, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5,25. Essas variações cambiais são determinantes para a inflação, as importações e exportações, e têm um impacto significativo no crescimento econômico do país.


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