Ibovespa encerra 2024 com queda de 10%, pior desempenho desde 2021

Índice fecha último pregão do ano estável, acumulando perdas significativas no período

O Ibovespa encerrou o último pregão de 2024 praticamente estável, com variação positiva de 0,01%, aos 120.283 pontos. Apesar da estabilidade no fechamento, o índice acumulou uma queda de 10,36% no ano, registrando seu pior desempenho desde 2021, quando recuou quase 12%.

Em dezembro, o Ibovespa registrou uma perda de 4,28%, marcando o quarto mês consecutivo de queda. No último trimestre, o índice despencou 8,7%, saindo dos 131.816 pontos em 30 de setembro para os atuais 120.283 pontos.

Desempenho das ações

No pregão desta segunda-feira (30), as ações da Petrobras (PETR4; PETR3) e da Vale (VALE3) apresentaram desempenho positivo, contribuindo para a leve alta do índice. Entretanto, empresas como Aeris, Braskem e Azevedo & Travassos tiveram quedas significativas, com desvalorizações de 31,29%, 19,20% e 10,48%, respectivamente. As ações da Americanas registraram alta de 20,39% no dia, embora acumulem uma queda de 93,19% no ano.

Dólar em Alta

No mercado cambial, o dólar comercial fechou o ano cotado a R$ 6,179, após uma queda de 0,22% no último pregão. No acumulado de 2024, a moeda norte-americana registrou uma alta de 27,36%, a maior desde 2020, quando avançou 29,3% em relação ao real.

A valorização do dólar foi influenciada por incertezas fiscais e oscilações nos mercados internacionais. O Banco Central atuou no mercado cambial, vendendo US$ 15 bilhões em dezembro para conter a alta da moeda. Somente no último pregão, foram leiloados US$ 1,815 bilhão.

Intervenções do Banco Central

Em resposta às pressões cambiais, o Banco Central do Brasil tem atuado no mercado de câmbio para conter a volatilidade excessiva. Em dezembro, foram vendidos US$ 15 bilhões, incluindo US$ 1,815 bilhão apenas no último pregão do ano, visando estabilizar a moeda nacional.

Apesar dessas intervenções, o dólar encerrou 2024 com uma valorização acumulada de 27,36% frente ao real, registrando a maior oscilação desde 2020, quando avançou 29,3%. No último pregão do ano, a moeda fechou cotada a R$ 6,179, após atingir a máxima histórica de R$ 6,2679 durante o mês de dezembro.

Perspectivas para 2025

O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, elevou pela nona vez consecutiva a previsão para o dólar em 2025, estimando a moeda a R$ 5,96. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada no Parlamento prevê uma taxa de câmbio média de R$ 4,98 para o próximo ano.

Para a taxa Selic, o mercado projeta 12% ao ano em 2025, refletindo expectativas de inflação mais alta. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é estimado em 4,64% para 2024 e 4,12% para 2025, ambos acima das metas estabelecidas pelo Banco Central.

O cenário econômico brasileiro para 2025 apresenta desafios, com expectativas de crescimento moderado e necessidade de ajustes fiscais para estimular a economia. A atuação do Banco Central e as políticas governamentais serão cruciais para a estabilidade dos mercados financeiros no próximo ano.


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