– Moeda americana acumula queda de 5% em janeiro em meio a ajustes globais –
O dólar segue em queda nesta sexta-feira, 31 de janeiro de 2025, renovando mínimas e sendo negociado na faixa dos R$ 5,81 durante a sessão. O movimento reflete a entrada de capital estrangeiro no Brasil e a reação dos investidores aos dados econômicos dos Estados Unidos e às recentes declarações do presidente Donald Trump sobre tarifas comerciais.
O desempenho da moeda americana frente ao real marca a décima sessão consecutiva de desvalorização, acumulando uma queda de aproximadamente 5% no mês. Esse recuo ocorre em um contexto de menor pressão sobre o mercado cambial, além da formação da Ptax de fim de mês, influenciando operações técnicas.
EUA e tensão comercial afetam o mercado
Nos Estados Unidos, investidores monitoram os impactos da inflação medida pelo índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE), que veio em linha com as expectativas ao registrar alta de 0,2% em dezembro. Esse indicador reforça a percepção de que o Federal Reserve (Fed) manterá uma postura cautelosa quanto a futuras decisões de juros.
Além disso, as novas ameaças de Trump de impor tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá geram incertezas nos mercados globais. A possibilidade de sanções mais severas contra países do Brics, incluindo o Brasil, também preocupa analistas, que avaliam o impacto dessas medidas na economia mundial e no fluxo cambial.
Fluxo de capital estrangeiro e Banco Central
No Brasil, o movimento cambial tem sido influenciado pela entrada de recursos externos, impulsionados pelos juros elevados e pela atratividade de ativos brasileiros. O Banco Central anunciou a oferta de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para rolagem de vencimentos em março, medida que auxilia na gestão da liquidez e da volatilidade do mercado.
Outro fator relevante é o resultado fiscal do setor público consolidado, que apresentou um déficit primário de R$ 47,553 bilhões em 2024, abaixo das projeções do mercado. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 6,2% no trimestre encerrado em dezembro, dentro do intervalo esperado pelos analistas.
Perspectivas para o câmbio
A tendência do dólar dependerá dos desdobramentos da política monetária dos EUA e das condições do mercado interno. Caso o Federal Reserve mantenha os juros inalterados por mais tempo, o real pode continuar se valorizando, beneficiado pelo diferencial de taxas de juros.
Por outro lado, a crescente instabilidade no cenário geopolítico e as decisões de Trump sobre o comércio exterior podem gerar oscilações na taxa de câmbio. Investidores seguirão atentos às movimentações do governo americano e às condições macroeconômicas globais para definir suas estratégias cambiais.
Fonte: B3 / BC / EBC