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Câmbio: Mercado segue de olho em fluxo negativo e tem mais um leilão de linha de US$ 1 Bi hoje

“Dólar em queda ativou pagamentos ao exterior que estavam represados.”

O mercado de câmbio inicia a quarta-feira à espera de mais um leilão de linha com recompra de US$ 1 bilhão, uma vez que a demanda no mercado à vista continuou maior ontem à tarde do que a oferta, mesmo após a autoridade monetária ter feito pela manhã uma oferta extraordinária e vendido US$ 1 bilhão em linha com recompra.

A expectativa hoje é de que o mercado deve absorver esses dólares, porque podem continuar as saídas de investidores estrangeiros uma vez que nesta sexta-feira (28/6) é o último dia útil de junho e do primeiro semestre, quando costumam ocorrer remessas de lucros e dividendos ao exterior por empresas multinacionais. Também na sexta deve ocorrer a tradicional disputa técnica no câmbio em torno da definição da última taxa Ptax do mês e do semestre.

Ontem, mesmo após o leilão de linha do Banco Central, o mercado de câmbio fechou com o dólar à vista a R$ 3,8520, ainda acima da cotação de fechamento do dólar futuro para julho, em R$ 3,8465. Essa diferença de valor deixou a taxa do dólar casado de curto prazo (julho) ainda negativa em -1,00 ponto no fechamento ontem, ante -0,20 ponto no encerramento anterior. Isso indica que o mercado continua disfuncional, na visão do Banco Central, uma vez que a demanda segue acima da oferta no mercado à vista, diz o operador Thiago Silêncio, da CM capital Markets. Por isso, a autoridade monetária anunciou outro leilão de US$ 1 bilhão em linha com recompra para hoje (ver nota às 8h33).

O operador Luis Felipe Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM, diz que o cenário externo ligeiramente adverso nos últimos dias, somado à confusão em torno do possível atraso na votação do texto da reforma, apoiado pelo Centrão, fizeram com que o dólar realizasse parte do forte movimento de baixa visto nas últimas semanas, encerrando o dia em alta de 0,68% ontem.

O profissional destacou que ontem, os investidores estrangeiros zeraram posição comprada em 18.305 contratos (cerca de US$ 915,250 milhões) com Fundos Nacionais e Bancos na contraparte com 11.650 (US$ 582,5 milhões) e 11.145 contratos (US$ 557,2 milhões) respectivamente.

Hoje, a indicação de que o acordo entre EUA e China está praticamente concluído, alivia a tensão nos mercados, observa Santos. Além disso, ele avalia que, no Brasil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tenta costurar a volta dos Estados e municípios ao texto da reforma, mesmo que atrasando em dias a votação. Para ele, essa ação de Maia pode ser vista como positiva pelo mercado. Além disso, ele diz que a decisão do STF negando Habeas Corpus do ex-presidente Lula pode ter efeito nulo nos ativos.

No exterior, o índice do dólar (DXY), que mede o dólar em relação a uma cesta de outras moedas principais, opera em alta, mas a moeda americana recua predominantemente em relação a divisas de países emergentes exportadores de commodities. Nesta manhã, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse em entrevista à emissora CNBC que o acordo comercial entre os Estados Unidos e a China está “90% completo” e mostrar confiança de que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping farão progresso no encontro que terão no Japão no fim de semana. Mnuchin disse ainda estar esperançoso de que um pacto será fechado até o fim do ano.

 


Fonte: Broadcast Estadão
Publicado: 26 de junho de 2019

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