Banco Central divulga números do Setor Externo
I – Balanço de pagamentos – Janeiro de 2017
Em janeiro, as transações correntes apresentaram deficit de US$5,1 bilhões, totalizando deficit de US$23,8 bilhões no acumulado em doze meses, equivalente a 1,30% do PIB. Na conta financeira, as captações líquidas superaram as concessões líquidas em US$4,7 bilhões, destacando-se os ingressos líquidos de US$11,5 bilhões em investimentos diretos no país e as saídas líquidas de US$1,9 bilhão em passivos de títulos de renda fixa. Nos doze meses encerrados em janeiro, os ingressos líquidos em investimento direto no país somaram US$85,0 bilhões, equivalente a 4,66% do PIB.
A conta de serviços registrou deficit de US$2,4 bilhões no mês, elevação de 74,9% comparativamente a janeiro de 2016. As despesas líquidas com viagens internacionais somaram US$914 milhões, expansão de US$724 milhões com relação ao mesmo mês do ano anterior, derivadas de aumento de 2,2% nas receitas e de 87,9% nas despesas. A conta de aluguel de equipamentos registrou despesas líquidas de US$1,7 bilhão em janeiro, estável em relação ao observado em mês correspondente de 2016.
As despesas líquidas de transportes atingiram US$436 milhões, aumento de US$261 milhões em comparação ao mesmo mês do ano anterior. As despesas líquidas de renda primária atingiram US$5,3 bilhões no mês, aumento de 23,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para despesas líquidas de investimento em carteira, US$4,0 bilhões. As despesas líquidas de lucros e dividendos alcançaram US$870 milhões, aumento de 177,5% em relação ao mês correspondente de 2016. As despesas líquidas de juros atingiram US$4,5 bilhões, dos quais US$2,7 bilhões referentes a títulos negociados no mercado doméstico. Relativamente a janeiro de 2016, as despesas líquidas de juros cresceram 11,7%.
A conta de renda secundária registrou ingressos líquidos de US$174 milhões no mês, ante US$238 milhões ingressados liquidamente em janeiro do ano anterior. As receitas brutas de transferências pessoais apresentaram estabilidade relativa, atingindo US$193 milhões.
Quanto aos investimentos diretos ativos, houve aumento líquido de US$138 milhões em janeiro, ante regresso líquido de US$351 milhões observados no mesmo período anterior. Os lucros reinvestidos no exterior atingiram US$112 milhões.
Os investimentos diretos no país somaram ingressos líquidos de US$11,5 bilhões, repercutindo fluxos positivos de US$8,8 bilhões em participação no capital, incluídas as entradas líquidas de US$457 milhões decorrentes de lucros reinvestidos, e créditos líquidos recebidos do exterior de US$2,8 bilhões em operações intercompanhia.
Os passivos de investimentos em carteira registraram saídas líquidas de US$985 milhões no mês, compostas por entradas líquidas em ações e fundos, US$962 milhões, ingressos em títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico, US$502 milhões, e saídas líquidas em títulos de renda fixa negociados no mercado externo, US$2,4 bilhões.
Os outros investimentos ativos expandiram US$2,3 bilhões em janeiro – ante redução líquida de US$1,3 bilhão no mesmo mês do ano passado – compreendendo, dentre outros, concessão de US$2,9 bilhões em créditos comerciais e adiantamentos e redução de US$1 bilhão em depósitos de bancos brasileiros mantidos no exterior.
Os outros investimentos passivos apresentaram contração líquida de US$2,7 bilhões, em comparação a redução líquida de US$388 milhões em período correspondente do ano anterior. Os créditos comerciais e adiantamentos apresentaram crescimento US$578 milhões, enquanto as amortizações líquidas de empréstimos totalizaram US$3,2 bilhões, concentradas em operações de curto prazo.
A taxa de rolagem para empréstimos diretos de longo prazo situou-se em 135% para o mês, contribuindo para que a taxa de rolagem total, incluindo títulos de longo prazo negociados do mercado externo, atingisse 112% em janeiro.
II – Reservas internacionais
As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$374,9 bilhões em janeiro de 2017, aumento de US$2,7 bilhões em relação ao mês anterior. O estoque de linhas com recompra diminuiu US$5 milhões, comparado à posição de dezembro de 2016. Contribuíram para a elevação do estoque as receitas de remuneração das reservas, US$275 milhões; as variações por preços, US$290 milhões; e os ganhos por paridades, US$1,9 bilhão. Ainda em janeiro de 2017, o estoque de reservas no conceito caixa somou US$367,7 bilhões, elevação de US$2,7 bilhões em relação ao mês anterior.
III – Dívida externa
A posição da dívida externa bruta estimada para janeiro de 2017 totalizou US$316,7 bilhões, redução de US$3,1 bilhões em relação ao montante estimado em dezembro de 2016. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$265,7 bilhões, aumento de US$345 milhões, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$51 bilhões, redução de US$3,4 bilhões no mesmo período.
Dentre os determinantes de variação da dívida externa de longo prazo, destacaram-se as amortizações de US$2 bilhões de títulos soberanos, os desembolsos de US$1,3 bilhão de empréstimos do setor financeiro e as amortizações de US$980 milhões de empréstimos de outros setores. Adicionalmente, o estoque cresceu US$248 milhões devido a variações cambiais, e US$1,7 bilhão por elevação de preço nos títulos soberanos. A retração da dívida externa de curto prazo, no mesmo período, é explicada principalmente pelas amortizações de US$3,5 bilhões de empréstimos do setor financeiro.
Fonte: Banco Central do Brasil