Vai viajar? Esta pode ser a última chance de comprar dólares a “bom” preço, alertam analistas

Tendência de alta de moeda norteamericana continua, mas especialistas acreditam que divisa pode se manter abaixo de R$ 3,00 por um tempo maior, o que abre uma ótima oportunidade para quem quer viajar

SÃO PAULO Cada vez mais longe do cenário “apocalíptico” dos R$ 4,00, o dólar nesta terça-feira(28) até chegou a romper a barreira dos R$ 2,90, mas fechou com alta de 0,70%, a R$ 2,9422 na venda, reforçando que essa pode ser a última oportunidade de vermos um dólar baixo. Para quem está preparando uma viagem ou já estava prestes a desistir por conta do alto valor da moeda, este pode ser o momento ideal para correr atrás do prejuízo. Ainda abaixo dos R$ 3,00, os novos níveis da moeda norte-americana fazem com que os analistas reforcem que este é um ótimo momento para a compra de dólares.

Em março, depois de superar os R$ 3,00 após 12 anos, o dólar chegou ao nível de R$ 3,30 e muitos já apostavam que a moeda não iria parar de subir. Porém, uma combinação de fatores (maior tranquilidade política e expectativa de alta de juros nos EUA apenas no segundo semestre) acabaram acalmando o mercado e permitindo que a divisa recuasse para patamares mais baixos. Por outro lado, não houve nenhuma mudança nos fundamentos e a tendência é que o dólar volte a subir a qualquer momento.

No confronto dos fatores em torno da moeda americana no exterior, o que interessa para os americanos protelarem a elevação do juro que impactaria no seu avanço da atividade econômica beneficiando a eurozona, e os fatores ‘made in Brasil’, não há fundamentos que sustentem a apreciação do preço do real que está sendo registrada”, afirma o economista Sidnei Nehme, da NGO Corretora.

Ele lembra ainda que a queda do dólar acaba prejudicando os objetivos do governo, que tem lutado para manter a competitividade da indústria, deixando para controlar a inflação por meio da Selic. “O fato é que o deslocamento do preço da moeda americana do seu ponto de equilíbrio pode anular objetivos do próprio governo e acabar impactando consequentemente nas contas externas”, diz Nehme.

Vale lembrar que esta quarta-feira é um dia importante em relação à taxa de juros brasileira, já que termina a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que deve elevar novamente a Selic, provavelmente para 13,25% ao ano.

Porém, o foco do mercado cambial fica com o Fomc (Federal Open Market Committee), que também divulga sua decisão. Neste caso, o mercado se divide sobre o que esperar da autoridade monetária, sendo que a aposta de uma elevação dos juros apenas no segundo semestre se torna cada vez maior. Diante disso, o mercado deve se manter apreensivo até às 15h (horário de Brasília) desta quarta, podendo trazer volatilidade para o dólar. 

Especialistas mantém sua avaliação de que esse é o principal trigger para a moeda, que pode até se sustentar abaixo dos R$ 3,00 caso o Federal Reserve continue a prolongar o momento da alta dos juros. Por outro lado, no momento em que for dada a primeira sinalização de que as taxas serão elevadas, as projeções mostram que o dólar deve passar a subir com força em todo o mundo.

É este cenário de “confusão” que ajuda a sustentar argumentos de que no curto prazo o dólar ainda pode voltar para o nível de R$ 2,85 (lembrando que, mesmo assim, a tendência é de alta). O diretor técnico da Wagner Investimentos, João Faria Júnior, disse que ainda é possível a manutenção do cenário de recuperação do real depois que o suporte dos R$ 3,00 foi rompido. “O real pode começar a queimar na mão de traders de curto prazo com aposta de Fed mais dovish (moderado) e alta da Selic, abrindo chance para cair para a faixa 2,85 – 2,90”, explica.

Desde o início do ano, alguns analistas já apontam que o patamar justo para o dólar seria em torno dos R$ 3,10, nível em que a moeda consegue ajudar a economia nacional. Esta projeção está próxima do que o Citibank atualmente indica, nos R$ 3,15, sendo que no curto prazo, para os analistas do banco, não há como sustentar a atual queda do dólar, enquanto também é difícil ver a moeda de volta nas máximas do ano.

Ou seja, mesmo que o dólar chegue a cair mais um pouco, esta queda não deve ser tão grande a ponto de fazer grande diferença para quem pretende comprar a moeda. Neste caso, os analistas acreditam que vale mais a pena se garantir neste momento do que “apostar” em novas quedas e perder esses níveis mais baixos da divisa.

Fonte: InfoMoney
Link:http://goo.gl/0i8nAx
Autor: Rodrigo Tolotti Umpieres
Data de publicação: 28/04/2015

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