Para fugir do aumento de imposto sobre operações em moeda estrangeira em cartões de débito, quem viaja ao Exterior intensificou a compra de dólar em espécie nas casas de câmbio. Em 27 de dezembro, o governo anunciou a elevação no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 0,38% para 6,38%. Em Porto Alegre, nesses últimos 10 dias a compra de dólares já cresceu de forma expressiva, testemunham donos de casas de câmbio. Danilo Diniz, da Consultur, detalha que a procura de cartões pré-pagos quase desapareceu nos primeiros dias de 2014
Para fugir do aumento de imposto sobre operações em moeda estrangeira em cartões de débito, quem viaja ao Exterior intensificou a compra de dólar em espécie nas casas de câmbio. Em 27 de dezembro, o governo anunciou a elevação no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 0,38% para 6,38%.
Em Porto Alegre, nesses últimos 10 dias a compra de dólares já cresceu de forma expressiva, testemunham donos de casas de câmbio. Danilo Diniz, da Consultur, detalha que a procura de cartões pré-pagos quase desapareceu nos primeiros dias de 2014: o que antes representava cerca de 80% das operações agora mal passa de 2%, compara.
A modalidade, que liderava a preferência dos turistas, depois do anúncio do aumento está restrita a quem dá prioridade à segurança. É o caso da professora Cristina Giglio Feijó, que aceitou gastar um pouco mais para bancar a viagem do filho Marcelo, de 15 anos. O jovem embarca com a turma da escola para 15 dias em Londres e Paris no próximo domingo.
– É a primeira viagem internacional dele, então optei por segurança. Comprei dois cartões, inclusive. Caso perca um, tem o outro – explica Cristina.
Nesta segunda-feira, o dólar comercial subiu 0,12%, para R$ 2,3770. Nas casas de câmbio em Porto Alegre, a moeda foi cotada em média a R$ 2,52. Na avaliação do economista João Marcus Marinho Nunes, o deslocamento dos cartões para dinheiro vivo ainda não tem força para pressionar a cotação. No entanto, a decisão repentina do governo, justo antes das férias, gerou outros temores, até diante da constatação de que o objetivo da medida era aumentar a arrecadação.
Analistas passaram a ver risco de futura taxação também na compra de moeda estrangeira em espécie. Embora desmentida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a hipótese preocupa corretores. Renan Dalben, da CTR Câmbio, teme que isso possa incentivar o câmbio paralelo.
– Vou cobrar um preço aqui e ali fora, do outro lado da rua, vai ter gente vendendo mais barato – afirma.
Especialista em câmbio, o economista Sidnei Nehme avalia que, apesar de impopular, a nova tributação é necessária para frear os gastos lá fora.
– Precisamos rever a ideia de que nos tornamos um país rico e podemos queimar dólares à vontade. Na realidade, o Brasil é um país caro, e o acesso ao crédito é que permitiu alguns novos hábitos e não a formação de poupança – afirma Nehme.
Quando vale a pena
Dependendo da situação, é melhor comprar dólar em espécie ou cartão. Ou uma mistura dos dois. Confira
Custo
Notas de dólar: como essa modalidade não teve aumento de IOF, passou a ser a opção mais barata. Dependendo da quantia que o viajante comprar, a economia faz diferença.
Cartão de débito: Normalmente, é usada a cotação turismo, que costuma ser uma das mais elevadas no mercado. A tarifa para saque, quando cobrada, é bastante alta em comparação aos cartões pré-pagos.
Cartão de crédito: usa a cotação turismo, umas das mais altas.
Cartão pré-pago: também utiliza a cotação turismo, mas o valor cobrado pelo saque é bastante modesto quando comparado com o cartão de débito tradicional.
Planejamento
Notas de dólar: a cotação é do dia da compra, o que dá previsibilidade aos custos com câmbio.
Cartão de débito: a cotação é do dia da transação, o que permite ao viajante saber o quanto irá pagar.
Cartão de crédito: como a cotação da moeda é fixada no dia do fechamento da fatura, o consumidor corre o risco de pagar bem mais em caso de uma disparada cambial.
Cartão pré-pago: a cotação é do dia do carregamento do cartão, o que dá previsibilidade aos custos com câmbio.
Praticidade
Notas de dólar: andar com grandes quantias de dinheiro, além de arriscado, pode ser bastante desconfortável.
Cartão de débito: é pequeno e cabe em qualquer carteira, mas o cartão pode não funcionar em alguns caixas eletrônicos, e o limite para pagamentos e saques pode ser baixo.
Cartão de crédito: costuma ter limites mais altos do que o cartão de débito e permite compras pela internet.
Cartão pré-pago: pode ser carregado em diferentes moedas e até pela internet.
Segurança
Notas de dólar: em caso de perda ou roubo, o turista fica com possibilidade restrita de reaver o dinheiro.
Cartão de débito: o turista tem a possibilidade de substituir o cartão em caso de perda ou roubo, mas isso implica custos maiores e procedimentos mais burocráticos quando comparado ao cartão pré-pago.
Cartão de crédito: o turista tem a possiblidade de substituir o cartão em caso de perda ou roubo, mas isso implica custos maiores e procedimentos mais burocráticos quando comparado ao cartão pré-pago.
Cartão pré-pago: proporciona maior segurança para o turista do que o uso de cédulas, já que pode ser substituído por outro em caso de roubo ou perda.
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Fonte: Zero Hora Link: http://goo.gl/X2I2HB Autor: Cadu Caldas Data de publicação: 06/01/2014 |