São Paulo – O dólar apresentou o melhor resultado do balanço de investimentos de julho, ao registrar rentabilidade de 8,46% no mês. A moeda americana foi seguida no ranking por fundos Multimercados Multiestratégia, que registraram alta de 2,55% no mês. Esse tipo de fundo pode adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o compromisso de se dedicar a apenas uma delas.
Já os fundos Multimercados Macro tiveram rentabilidade de 2,23% no período e ficaram em terceiro lugar no balanço de aplicações do mês. Esse produto realiza operações com diversos tipos de ativos, como renda fixa, renda variável e câmbio, e define estratégias baseados em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos.
Veja, na tabela a seguir, o ranking dos resultados de alguns dos principais índices e investimentos do mercado em julho e no acumulado do ano:
Aplicação | Desempenho em julho | Desempenho em 2015 |
Dólar | 8,46% | 26,69% |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | 2,55% | 10,96% |
Fundos Multimercado Macro* | 2,23% | 14,09% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) | 1,76% | 6,64% |
Tesouro Prefixado 2016 (LTN) | 1,25% | 6,80% |
Tesouro Selic 2017 (LFT) | 1,15% | 7,11% |
Fundos referenciados DI* | 1,14% | 7,06% |
Selic* | 1,12% | 7,12% |
CDI* | 1,12% | 7,10% |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | 1,03% | 7,01% |
Tesouro Selic 2021 (LFT) | 0,95% | — |
Fundos de Renda Fixa* | 0,94% | 7,50% |
Poupança antiga* | 0,66% | 3,69% |
Poupança nova* | 0,66% | 3,69% |
IGP-M (estimativa do Banco Central)** | 0,65% | 7,66% |
IPCA (estimativa do Banco Central)** | 0,62% | 9,20% |
Ouro | -1,59% | 15,38% |
Fundos de Ações Ibovespa Ativo* | -2,52% | 1,42% |
Fundos de Ações Livre* | -2,73% | 1,57% |
Fundos de Ações Small Caps* | -3,00% | -7,01% |
Fundo de Ações Dividendos* | -3,63% | -0,45% |
Ibovespa | -4,35% | 1,66% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) | -4,48% | 5,48% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) | -5,59% | 6,24% |
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) | -9,55% | 1,94% |
Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa, Economatica e Tesouro Nacional
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de julho, segundo o Banco Central.
Os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao dia 30 de julho. As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 29 de julho. Já os dados sobre as poupanças nova e antiga, CDI e Selic são relativos ao dia 30. As rentabilidades do dólar, títulos públicos e da Selic tiveram como base o fechamento do dia 30. O Ibovespa teve como base o fechamento do dia 31.
Dentre os títulos públicos mostrados na tabela, atualmente estão disponíveis para compra o Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) e Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal).
Renda fixa
Os títulos públicos Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) e Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) registraram os melhores rendimentos do mês dentre as aplicações de renda fixa, mais conservadoras. Essas aplicações são beneficiadas pela alta da taxa de juros e índices de preços, pois os ativos de suas carteiras tendem a acompanhar o comportamento da Selic e da inflação.
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual nesta quarta-feira (29), para 14,25%, o que deixa a poupança ainda menos vantajosa em relação a essas aplicações. Em julho, o rendimento da poupança deve praticamente empatar com a alta da inflação, segundo estimativas do Banco Central.
Isso ocorre porque a caderneta rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic é maior do que 8,5% ao ano, ao contrário de outras aplicações de renda fixa, que acompanham as altas da taxa.
Já títulos públicos com prazos mais longos ficaram na lanterna dos investimentos de menor risco. Enquanto a rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) registrou queda de 9,55% no mês, o retorno do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) caiu 5,59%. Com a indicação do Copom de que o ciclo de alta da Selic esse ano está chegando ao fim, a rentabilidade desses títulos tende a se acomodar.
Renda variável
O dólar encerrou julho com o melhor resultado do balanço de investimentos entre as aplicações de renda variável, com alta de 8,46%.
A valorização da moeda americana ante o real foi causada pela alteração da meta fiscal, diz Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO. O anúncio indica que o governo terá maior dificuldade para fechar o ano no azul e pagar os juros da dívida e aumentou o risco de o Brasil perder o grau de investimento, nota atribuída por agências de classificação de risco que indica que o país oferece baixo risco aos investidores.
Para chegar a essa nota, as agências analisam uma série de fatores que mostram a capacidade do país de honrar suas dívidas. Uma eventual perda do grau de investimento provocaria saída de dinheiro aplicado no país, o que desvaloriza o real. Após o anúncio, a S&P já rebaixou a perspectiva da nota do Brasil para “negativa”.
Já o Ibovespa ficou na última colocação no ranking entre os investimentos de renda variável, com queda de 4,35%. O mau desempenho também pode ser atribuído ao anúncio de redução da meta fiscal, que sinaliza um aprofundamento da crise econômica no país e piora o ambiente de negócios para as empresas brasileiras listadas na bolsa.
Fonte: Exame.com Autor: Marília Almeida Link: http://goo.gl/vHsiIq Data de publicação: 01/08/2015 |