Efeito do coronavírus na economia pode se intensificar; é preciso novo Bretton Woods

O economista Sidnei Nehme, sócio-diretor da corretora NGO, afirma que, no segundo trimestre do ano, que se inicia hoje, os efeitos danosos do coronavírus à economia global e interna, devido à proliferação rápida da doença agora na Europa, Estados Unidos e América Latina, podem se intensificar ainda mais. Segundo ele, “o que está ruim poderá ficar pior”, e isto não é ser negativista e sim realista, visto que sequer se tem ideia sobre em que fase está a pandemia do coronavírus

Em relatório enviados a clientes e à imprensa, Nehme afirma que é absolutamente impositivo que organismos como ONU, FMI, OCDE, G-20, OMS e assemelhados, à margem de todas as ações que vêm sendo tomadas pelos países em defesa de seus interesses, busquem uma ação mais efetiva de coesão, ao estilo do Acordo de Bretton Woods ocorrido após Segunda Guerra Mundial. “Porém, agora mais amplo e abrangente por ser impossível qualquer previsibilidade sobre tratamento da Covid-19”, avalia.

As medidas e ações já adotadas são de curto prazo, mas são necessárias diretrizes de longo prazo, defende Nehme. Ele cita a China como exemplo. “Houve sinais de melhora da atividade industrial chinesa em março, mas não deve ser sustentável, tendo em vista que o recuo da demanda dos Estados Unidos e da Europa inibe o otimismo, dada a dependência chinesa do comércio exterior e o fato do seu mercado interno estar ainda fragilizado”, observa o economista.

No Brasil, de acordo com ele, o governo convive com grave crise fiscal e foi liberado para gastos extraordinários a fim de atender às demandas emergenciais, mas há inquietações quanto à perspectiva de sobrevivência da população e pequenas e médias empresas. “O auxílio emergencial de R$ 600 até R$ 1.200 e o financiamento da folha para funcionários de pequenas e médias empresas que ganham até dois salários mínimos são o possível aparentemente no momento, mas insuficientes para acalmar os ânimos”, afirma Nenhme, até porque ainda esses auxílios não chegaram aos seus destinos. “Como os gastos do governo devem ser limitados pela crise fiscal, as perspectivas são incertas”, conclui.

ngo na midia exame Fonte: Agência Estado
Autor: Silvana Rocha
Data de publicação: 01/04/2020

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