O movimento de alta do dólar se atenuou no final do pregão, levando a moeda americana a fechar em alta de 0,09% em relação ao real, cotada a R$ 2,1290, depois de alcançar R$ 2,15 na máxima do dia. A valorização do dólar no mercado interno perdeu força após a declaração do diretor de Política Monetária, Aldo Mendes, de que o Banco Central pode intervir no mercado quando o comportamento do real se decolar dos seus pares, disse em encontro com investidores em Londres nesta terça-feira.
O movimento de alta do dólar se atenuou no final do pregão, levando a moeda americana a fechar em alta de 0,09% em relação ao real, cotada a R$ 2,1290, depois de alcançar R$ 2,15 na máxima do dia.
A valorização do dólar no mercado interno perdeu força após a declaração do diretor de Política Monetária, Aldo Mendes, de que o Banco Central pode intervir no mercado quando o comportamento do real se decolar dos seus pares, disse em encontro com investidores em Londres nesta terça-feira. O diretor do BC destacou que é “inevitável que o dólar se valorize e que a moeda americana já está em um novo patamar em comparação a divisas de países emergentes”, em encontro com investidores em Londres. Ele ressaltou, no entanto, que não está preocupado com a oscilação do câmbio, embora não seja possível delimitar esse novo patamar para o dólar.
A valorização da moeda americana no mercado interno acompanha a alta do dólar no exterior. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana em relação a uma cesta de moedas, subia 0,05%.
Os analistas e economistas têm defendido a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a aplicação de estrangeiros em renda fixa para atrair capital externo para financiar o déficit em conta corrente. “Se não formos precavidos, o quadro das contas externas tende a piorar muito e, então, teremos efetiva e forte pressão altista no preço da moeda americana, baseada em fundamentos concretos”, afirma Sidnei Nehme, diretor de câmbio da corretora NGO.
Apesar do saldo da balança comercial mostrar sinais de recuperação, apresentando superávit de US$ 760 milhões em ano, o déficit acumulado no ano é de US$ 5,4 bilhões, o pior da história para o período.
Os investimentos em carteira também têm recuado. Em maio, até o dia 29, o saldo de investimento estrangeiro na bolsa estava negativo em US$ 1,19 bilhão. “As perspectivas para catalisar investimentos produtivos externos são pouco otimistas, e, da mesma forma não vemos cenário de melhora para o saldo de nossa balança comercial este ano, pois os preços das commodities estão caindo e tendem a cair mais e a nossa capacidade de exportação de industrializados está fragilizada”, destaca Nehme.
Para Solange Srour, economista-chefe do BNY Mellon Arx, só a alta da taxa básica de juros, hoje em 8%, não será suficiente para atrair capital externo para o Brasil. “A alta do dólar em momento em que a inflação está um patamar alto é preocupante”, diz. Para ela, o dólar vai se sustentar em um patamar entre R$ 2,15 e R$ 2,20 dependendo do ritmo de recuperação da economia americana, que ajuda no fortalecimento global da moeda em relação às divisas de países emergentes.
Também contribuiu para um amenizar a alta do dólar em relação ao real a realização do leilão de venda de 3.593.240 de títulos públicos federais atrelados ao dólar, compostos por Notas do Tesouro Nacional – Série A3 (NTN-A3), pertencentes ao Banco Econômico, em liquidação extrajudicial. O montante total do leilão foi de R$ 8,023 bilhões. A colocação equivale a uma venda de dólares no mercado.
Fonte: Valor Econômico Link: http://migre.me/eSFke Autor: Silvia Rosa Data de publicação: 04/06/2013 |