Na 5ª, a moeda fechou a R$ 3,2133, com queda de mais de 11% no mês. No primeiro semestre de 2016, o dólar caiu mais de 18%.
O dólar passou a subir nesta sexta-feira (1º), em sessão instável, em dia marcado pela volta da interferência do Banco Central no câmbio após vários dias de ausência.
Às 16h30, a moeda subia 0,62%, a R$ 3,2334 na venda.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 0,35%, a R$ 3,2244
Às 9h29, alta de 0,14%, a R$ 3,2177
Às 9h49, queda de 0,04%, a R$ 3,2119
Às 10h, queda de 0,32%, a R$ 3,2029
Às 10h49, queda de 0,2%, a R$ 3,207
Às 10h59, alta de 0,17%, a R$ 3,2188
Às 11h30, alta de 0,46%, a R$ 3,2280
Às 11h49, alta de 0,64%, a R$ 3,2340
Às 12h20, alta de 0,95%, a R$ 3,2434
Às 12h50, alta de 0,86%, a R$ 3,2411
Às 13h20, alta de 0,68%, a R$ 3,2352
Às 13h50, alta de 0,47%, a R$ 3,2286
Às 14h29, alta de 0,48%, a R$ 3,2290
Às 15h09, alta de 0,21%, a R$ 3,2202
Às 15h39, alta de 0,18%, a R$ 3,219
A intervenção do BC veio após o dólar encostar em R$ 3,20 pela primeira vez em quase um ano na sessão passada.
Banco Central volta a interver
O BC anunciou leilão de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares – movimento que tende a elevar a taxa de câmbio. Toda a oferta foi vendida. Foi a primeira operação desse tipo em mais de um mês e também a primeira desde a chegada de Ilan Goldfajn à presidência do BC.
Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares
O BC não fazia leilão de swap reverso desde 18 de maio, segundo a Reuters, o que gerou entre investidores a percepção de que Ilan estaria mais disposto a tolerar cotações mais baixas do que seu antecessor, Alexandre Tombini.
A operação da sessão equivaleu a compra futura de US$ 500 milhões, segundo a Reuters. Com isso, o estoque de swaps tradicionais do BC, que correspondem à venda futura de dólares, cai para o equivalente a cerca de US$ 61,6 bilhões. O estoque girou acima de US$ 100 bilhões ao longo de quase todo o ano passado.
Entenda: Como funciona o câmbio no Brasil?
Mercado vê ação discreta
Em entrevista ao G1, o economista e diretor da NGO Sidnei Moura Nehme disse que a ação do BC foi reduzida. “O BC resolveu sair da toca, mas saiu muito discretamente”, afirmou.
“Um leilão de swap reverso tem um efeito de compra no mercado e, a rigor, esse tipo de operação impacta elevando a taxa de câmbio. Só que o BC tem um estoque muito grande e está fazendo um valor muito pequeno, acho que mais para dar uma satisfação do que para intervir e mudar a taxa de câmbio”, diz Nehme.
“O Brasil não melhorou tanto a esse ponto e não diminuiu seus riscos.
O dólar está sendo reduzido a esse preço pelo mercado”
economista e diretor da NGO, Sidnei Moura Nehme
À Reuters, operadores disseram que a oferta pequena de contratos levou ao entendimento de que o BC quer apenas moderar o ritmo do recuo da divisa, e não defender algum patamar específico.
“É uma oferta pequena, mas sinaliza que esse dólar em uma só direção incomoda. Acho que o recado do BC é: estou de olho, repensem um pouco esse movimento”, disse à agência o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro.
Ilan Goldfajn, novo presidente do BC, já afirmou que o banco pode usar as ferramentas cambiais “com parcimônia” e reduzir a exposição cambial do BC em momentos considerados adequados.
Segundo a Reuters, nos mercados internacionais o dólar recuava em relação às principais moedas da América Latina ao fim de uma semana marcada por fortes altos e baixos. As preocupações com a opção do Reino Unido por deixar a União Europeiacederam lugar para expectativas de estímulos monetários no resto do mundo para evitar turbulências financeiras.
Os mercados norte-americanos não abrirão na segunda-feira devido ao feriado do Dia da Independência.
Queda de 18% no 1º semestre
A moeda norte-americana vem caindo sobre o real e terminou o primeiro semestre de 2016 em queda de mais de 18%. Segundo Sidnei Moura Nehme, “o dólar não tem razões para estar no preço em que está”. “O Brasil não melhorou tanto a esse ponto e não diminuiu seus riscos. Além disso, o fluxo cambial está negativo. O dólar está sendo reduzido a esse preço pelo mercado, pelos ‘players’ interessados.”
“Eu tenho a impressão de que o preço correto para o dólar neste momento é entre R$ 3,60 e R$ 3,70”, afirmou Nehme ao G1.
Último fechamento
Na véspera, o dólar fechou a R$ 3,2133, renovando mínimas em quase 1 ano e acumulando no mês de junho um recuo de mais de 11%, a maior desvalorização mensal em 13 anos.
No mês de junho, o dólar recuou 11,05% frente ao real, o maior recuo mensal desde abril de 2003, segundo a Reuters.
No 1º semestre e no acumulado do ano, o dólar tem desvalorização de 18,61%.
Fonte: G1 |