O dólar comercial fechou em alta de 0,62% em relação ao real a R$ 2,27, maior patamar desde 10 de julho, seguindo o movimento de valorização da moeda americana no exterior. O contrato futuro com vencimento em agosto avançava 0,53% para R$ 2,271. Dúvidas com relação a escolha do novo presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e a divulgação de dado positivo sobre o mercado imobiliário nos Estados Unidos
O dólar comercial fechou em alta de 0,62% em relação ao real a R$ 2,27, maior patamar desde 10 de julho, seguindo o movimento de valorização da moeda americana no exterior. O contrato futuro com vencimento em agosto avançava 0,53% para R$ 2,271.
Dúvidas com relação a escolha do novo presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e a divulgação de dado positivo sobre o mercado imobiliário nos Estados Unidos contribuíram para a alta do rendimento dos títulos do Tesouro americano (Tresuaries), provocando uma realocação de portfólio com a saída dos investidores de mercados emergentes.
As vendas pendentes de imóveis residenciais nos Estados Unidos caíram 0,4% em junho na comparação com o mês anterior, inferior ao esperado pelo mercado que era de um declínio de 1%.
Em entrevista ao jornal americano “The New York Times”, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama afirmou que ele quer como próximo presidente do Fed alguém que mantenha a “inflação sob controle” e “mantenha o dólar sólido”, o que foi interpretado como uma preferência pelo candidato ao posto Larry Summers , ex-secretário do Tesouro americano, que teria uma postura mais “hawkish” (favorável ao aperto monetário). Amanhã começa a reunião do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fomc) que deverá trazer novos sinais sobre início e o ritmo de retirada dos estímulos monetários pelo Fed. “A taxa de juros americana continua subindo e com isso o dólar tende a se fortalecer”, afirma Gabriel Gersztein, estrategista-chefe da corretora ICAP Brasil.
A notícia de que o governo chinês vai realizar uma revisão da dívida pública em geral, destacando preocupações com o crescente endividamento oficial que está limitando a capacidade do país de dar suporte a um crescimento sustentável, também pesou sobre o desempenho das moedas de mercados emergentes como o dólar australiano, peso mexicano e rand sul-africano.
O movimento do câmbio doméstico é influenciado pelas rolagens de posições em derivativos cambiais, que ganham força no fim do mês e costumam ser acompanhadas de uma maior volatilidade. O mercado intensificou hoje a rolagem dos contratos de agosto para setembro. Estrangeiros e investidores institucionais correspondem à quase totalidade da ala comprada nos mercados de dólar futuro e DDI (cupom cambial) e devem fazer pressão de alta sobre a moeda até pelo menos a próxima quarta-feira, quando a Ptax de julho que serve como referência para a liquidação dos contratos cambiais – será definida.
Com o fluxo cambial negativo no mês em US$ 2,484 bilhões até 19 de julho, os bancos terão que assumir uma posição vendida no mercado à vista de dólar, devendo buscar proteção para suas posições no mercado futuro o que pode ser um fator adicional de pressão para a valorização da moeda americana, afirma Sidnei Nehme, diretor executivo da corretora NGO. Para Nehme, o dólar deve galgar o patamar de R$ 2,30 no curto prazo. “Depois disso, vai depender de uma melhora do fluxo cambial.”
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Fonte: Valor Econômico Link: http://migre.me/fCWJa Autor: Silvia Rosa Data de publicação: 29/07/2013 |