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Dólar comercial fecha em queda em dia de poucos negócios

Depois de dois pregões seguidos de alta, o dólar comercial fechou em ligeira queda de 0,04% em relação ao real a R$ 2,2310, em dia de giro financeiro fraco. A moeda americana acompanhou o movimento de queda do dólar no mercado externo, com os investidores aguardando novos dados sobre criação de vagas no mercado de trabalho nos Estados Unidos, que saem na sexta-feira, um dos indicadores mais importantes sobre a situação da recuperação da economia americana

Depois de dois pregões seguidos de alta, o dólar comercial fechou em ligeira queda de 0,04% em relação ao real a R$ 2,2310, em dia de giro financeiro fraco.

A moeda americana acompanhou o movimento de queda do dólar no mercado externo, com os investidores aguardando novos dados sobre criação de vagas no mercado de trabalho nos Estados Unidos, que saem na sexta-feira, um dos indicadores mais importantes sobre a situação da recuperação da economia americana, monitorado pelo mercado para avaliar quais serão os novos passos do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).

O índice dos gerentes de compras para o setor industrial (PMI) dos Estados Unidos divulgado hoje subiu de 49,0 pontos em maio para 50,9 pontos em junho, superando a previsão dos analistas que era de 50,0 pontos. No entanto, o componente do índice que olha para a geração de empregos mostrou um recuo de 50,1 para 48,7 entre maio e junho, o que ajudou a moeda americana a recuar frente às principais divisas. O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana em relação a uma cesta das principais moedas, apresentava queda de 0,26%.

No mercado interno, a tendência de alta da moeda americana continua a prevalecer. Os investidores estrangeiros viraram o mês de junho com uma posição líquida comprada em dólar no mercado futuro de US$ 3,481 bilhões. Já os fundos mantêm uma posição líquida comprada em dólar em US$ 22,457 bilhões. Com isso, os bancos ampliaram a posição líq uida vendida em dólar no mercado futuro de US$ 12,723 bilhões em 3 de junho para US$ 27,620 bilhões no fim do mês passado.

A mudança de posicionamento no mercado futuro de dólar verificada na categoria de participante classificada como “outras pessoas jurídicas financeiras”, chamou a atenção dos investidores no mês passado.

Essa categoria, que exclui bancos e corretoras e reúne investidores como seguradoras e holdings financeiras e de participação, zerou a aposta na queda da moeda americana na última sexta-feira, passando de uma posição líquida vendida em dólar de US$ 3,232 bilhões no dia 27 de junho, para uma posição líquida comprada em dólar (apostando na alta) em US$ 125,350 milhões em 28 de junho. A posição líquida vendida em dólar desses investidores chegou a alcançar US$ 4,197 bilhões em 26 de junho.

Essa categoria de investidor despertou a atenção de especialistas ao passar de uma posição líquida comprada em dólar no mercado futuro (apostando na alta da moeda americana) de US$ 302,650 milhões em 20 de junho para uma posição líquida vendida em dólar (apostando na queda da cotação da divisa) em US$ 698,150 milhões no dia 21 de junho. A mudança de posição foi justamente no dia em que dólar atingiu o maior preço no ano, de R$ 2,2580, no dia 20 de junho, logo após o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, que sinalizou a possibilidade de o Fed iniciar a retirada dos estímulos monetários à economia americana já neste ano, podendo encerrar o processo em 2014.

Para Sidnei Nehme, diretor executivo da corretora NGO, o Banco Central deve continuar atuando no mercado de câmbio, uma que vez que a perspectiva é de um dólar mais alto para o fim do ano, perto de R$ 2,30. “A desvalorização dos preços das commodities deve levar a uma queda do saldo da balança comercial e o país não tem atratividade para atrair novos recursos para investimentos.”

A balança comercial brasileira encerrou o primeiro semestre com déficit de US$ 3 bilhões, ante um superávit de US$ 7,061 bilhões no mesmo período do ano passado. O resultado divulgado hoje é o pior para o primeiro semestre desde 1995.

Para o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala, a desvalorização do real deve mais do que compensar a queda do preço das commodities em dólar, trazendo um efeito inflacionário. Ele destaca que uma redução das tarifas do Imposto de Importação para matérias-primas na tentativa de reduzir o custo para a indústria poderia piorar o saldo da balança comercial.

Na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 9 e 10 de julho para decidir o novo patamar da taxa Selic, hoje em 8% ao ano.


ngo na midia g1 portal valor economico Fonte: Valor Econômico
Link: http://migre.me/fhsOY
Autor: Silvia Rosa
Data de publicação: 01/07/2013

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