O dia começa com correções nos mercados de câmbio e de juros. Ambos caem, depois de testarem máximas nos últimos pregões. No exterior, os principais mercados operam com aparente tranquilidade, o que abre espaço para os ajustes. Os investidores equilibram-se entre alguns indicadores nos Estados Unidos e as expectativas com relação à condução da política monetária pelo Federal Reserve, ao mesmo tempo em que evitam grandes apostas antes da divulgação do relatório mensal de empregos na sexta-feira.
O dia começa com correções nos mercados de câmbio e de juros. Ambos caem, depois de testarem máximas nos últimos pregões. No exterior, os principais mercados operam com aparente tranquilidade, o que abre espaço para os ajustes.
Os investidores equilibram-se entre alguns indicadores nos Estados Unidos e as expectativas com relação à condução da política monetária pelo Federal Reserve, ao mesmo tempo em que evitam grandes apostas antes da divulgação do relatório mensal de empregos na sexta-feira.
O Ibovespa opera de lado. O destaque são as ações da Oi, que disparam mais de 10% após anúncio de troca no comando da empresa.
Nos juros, o recuo é mais intenso entre os contratos longos, justamente os que mais subiram nos pregões recentes.
O dólar comercial operava em queda de 0,61% em relação ao real, cotado a R$ 2,1140, descolando do movimento de alta da moeda americana no mercado externo.
Bolsa
O Ibovespa iniciou o pregão em alta, num segundo dia de recuperação depois do tombo superior a 4% de maio. O ganho era sustentado por Vale PNA, mas a ação virou por volta das 11 horas e passou a cair, levando o índice junto. Às 10h55, o Ibovespa recuava 0,07%, para 53.902 pontos. Vale PNA manda no pregão, com volume financeiro de R$ 155 milhões, do total de R$ 777 milhões negociados. Petrobras PN vem em seguida, com apenas R$ 77 milhões.
A mineradora chegou a subir com consistência ontem, com um novo cenário, mais positivo. Mas o ganho da abertura se transformou em queda de 0,26%, indicando que a movimentação de compra pode ter estancado. Na segunda-feira, o Bank of America Merrill Lynch divulgou relatório dizendo que a desvalorização do real pode ajudar nas contas da empresa. Além disso, o preço do minério subiu. Fabio Galdino de Carvalho, operador-sênior da BI&P Indusval Corretora, diz que o PMI oficial da China, divulgado ontem e melhor que o esperado, também ajuda Vale.
O especialista acredita que o dia será positivo, acompanhando a tendência do começo de junho, após vendas fortes na sexta-feira, Entre outros motivos, estrangeiros venderam papéis para se adequar à nova carteira do MSCI Brazil.
As ações da Oi são destaque do dia. Ambos os papéis – ON e PN – dispararam mais de 10% e entraram em leilão. Voltaram às 11 horas. Oi PN subia 10,95% e Oi ON ganhava 10,92%. Os papéis reagem à notícia de que o conselho de administração da empresa aprovou a substituição do atual diretor-presidente da companhia, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, por Zeinal Bava, atendendo à indicação da Telemar Participações.
Segundo a Itaú Corretora, com a alta no último pregão, o Ibovespa ensaiou uma recuperação no curtíssimo prazo. O índice precisa superar a primeira resistência em 54.400 pontos para continuar o movimento de repique rumo às resistências em 55.100 pontos e 56.100 pontos, que no momento sustenta a tendência de baixa de curto prazo.
No entanto, a casa acredita que o Índice Bovespa segue em tendência de baixa no curto prazo com primeiro suporte em 52.900 pontos e forte suporte de médio prazo em 52.200 pontos. Se perder este patamar, o mercado abrirá espaço para mais quedas rumo aos próximos importantes suportes em 49.400 pontos e 47.800 pontos.
Juros
Depois do forte ajuste dos últimos dias, o mercado de juros devolve os excessos e opera em queda. O recuo é mais intenso entre os contratos longos, justamente os que mais subiram nos pregões recentes. O mercado opera dividido entre a produção industrial bem mais forte do que o esperado, o que daria respaldo para a alta dos juros, e o recuo dos yields dos Treasuries, que têm sido um dos principais drivers para os negócios. Além disso, agentes aguardam agora a divulgação da ata do Copom, na próxima quinta-feira, o que limita a disposição por ajustes importantes nas posições, especialmente nas de curto prazo, com vencimento até janeiro/2015.
A produção industrial registrou crescimento de 1,8% em abril ante março, ante previsão de 0,9%, de acordo com levantamento feito pelo Valor Data. Dos 27 setores pesquisados, 17 registraram crescimento. O índice de difusão alcançou 63,5%, o maior desde setembro de 2010. Merece atenção o desempenho do segmento de bens de capital, que cresceu 3,2% nessa base de comparação.
Esse dado dá força à corrente do mercado que vê mais alta de juros pela frente. Mas ainda há muitas dúvidas a respeito do orçamento esperado para a política monetária, o que ajuda a explicar a espera pelos argumentos que a ata do Copom trará na quinta-feira. Há quem diga que o BC vai subir em, no máximo, mais 0,5 ponto a Selic. Mas a curva a termo precifica mais um ponto de alta, sendo que já existem especialistas considerando um juro ainda mais alto para o fim do ano.
Para os DIs de longo prazo, a dinâmica externa segue dando as cartas. E, como hoje o dia é de acomodação, as taxas por aqui também registram pouca oscilação.
Nos últimos dias, o que se viu foi uma forte venda de ativos de renda fixa de longo prazo por parte de estrangeiros, em meio a um claro reposicionamento das carteiras provocado pela disparada dos juros dos Treasuries americanos. Esse movimento afeta todos os segmentos do mercado, do futuro de taxa de juros ao de títulos públicos. Nos DIs, isso se traduziu na redução da posição vendida do investidor não residente de 5,2 milhões no dia 29 de maio para 4,306 milhões ontem. E também na disparada dos juros de longo prazo, que alcançaram máximas históricas entre sexta-feira e ontem.
No mercado de títulos públicos, as ordens de venda provocaram uma alta ainda mais intensa do yield das NTN-Bs, o que provoca, em paralelo, a queda da inflação embutida nesses títulos, que remuneram o investidor com uma taxa prefixada acrescida da variação do IPCA.
A implícita da NTN-B para 2014 caiu a 5,14%, depois de alcançar 5,35% em 29 de maio, dia da decisão do Copom. No papel para 2016, a taxa caiu de 5,38% para 5,19%, no mesmo intervalo. Já o papel para 2018 teve a inflação implícita reduzida de 5,46% para 5,31%.
A queda dessas taxas pode ser atribuída, em parte, ao fato de o Copom ter surpreendido com uma alta da taxa Selic em 0,50 ponto percentual. Uma ação mais firme do BC em relação à inflação tende a aliviar as expectativas embutidas nesses papéis. Mas profissionais acreditam que é o efeito externo o mais relevante para a queda das implícitas. Com o T-note de 10 anos, por exemplo, remunerando o investidor com taxas acima de 2,10%, todo o mercado de renda fixa global passa por um reposicionamento, com redução da exposição a países emergentes.
As NTN-Bs são os títulos públicos brasileiros mais longos e, portanto, sentem diretamente os ajustes de carteiras de agentes estrangeiros. Tanto é que, no mês de maio, a perda do IMA-B, índice calculado pela Anbima para medir o desempenho das NTN-Bs, alcançou 4,15%. Somente na sexta-feira, dia de ajustes ao Copom e ao fato de o T-note ter alcançado o nível de 2,20% pela primeira vez no ano, a perda foi de 1,96%. Quando se olha o indicador referente aos papéis com prazo superior a cinco anos, a perda foi mais acentuada: de 6,27% no mês de maio e de 2,35% na sexta-feira.
Na BM&F, DI janeiro/2015 tinha taxa de 8,97%, de 9% ontem. DI janeiro/2017 opera a 9,66%, de 9,75%.
Câmbio
O dólar comercial operava em queda de 0,61% em relação ao real, cotado a R$ 2,1140, descolando do movimento de alta da moeda americana no mercado externo. O contrato futuro de dólar com vencimento em julho recuava 0,58% para R$ 2,124.
O mercado de câmbio passa por uma correção depois de ter atingido a máxima de R$ 2,1430 na sexta-feira, maior patamar desde 5 de maio de 2009.
os investidores aguardam o resultado do leilão de títulos públicos federais indexados ao dólar Notas do Tesouro Nacional – Série A3 (NTN-A3) em poder do Banco Econômico, que está em liquidação extrajudicial. Serão leiloados 3,593 milhões de títulos, que poderão somar US$ 3,8 bilhões, e equivale a uma venda de dólares no mercado.
Os números da balança comercial divulgados ontem mostram que em maio o saldo comercial somou US$ 760 milhões. As exportações somaram US$ 21,8 bilhões enquanto as importações somaram US$ 21,1 bilhões.
Segundo o diretor de câmbio da corretora NGO, Sidnei Nehme, somente a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as aplicações de estrangeiros em renda fixa poderia aumentar o ingresso de dólares para o mercado interno e ajudar a moeda americana a retornar para o patamar abaixo de R$ 2,10. Os bancos e os estrangeiros continuam com posições vendidas em dólar no mercado futuro, enquanto os fundos estão puxando a alta da moeda americana.
No mercado externo, o Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana em relação a uma cesta de moedas, subia 0,19% no aguardo do discurso dos membros do Federal Reserve de Kansas e Dallas.
Mercados Internacionais
Os principais mercados internacionais operam com aparente tranquilidade nesta manhã de terça-feira. Os investidores equilibram-se entre alguns indicadores nos Estados Unidos e as expectativas com relação à condução da política monetária pelo Federal Reserve, ao mesmo tempo em que evitam grandes apostas antes da divulgação do relatório mensal de empregos na sexta-feira, esse sim um dado com maior capacidade de definir um rumo mais firme para as apostas e cotações.
“Toda a conversa tem girado em torno do payroll na sexta-feira, com a recuperação americana sob os holofotes e a especulação crescendo em torno dos prazos de [Ben] Bernanke para a redução do ritmo de afrouxamento”, disse o analista da CMC Markets, Matt Basi, referindo-se ao presidente do Federal Reserve.
O déficit comercial de US$ 40,29 bilhões nos Estados Unidos em abril contribui para que bolsas e dólar mantenham-se em alta porque veio abaixo da estimativa de US$ 41,5 bilhões. O resultado não costuma mexer muito com os mercados cambiais, mas recentemente as expectativas de melhora da conta corrente americana têm impulsionado o dólar.
A moeda consegue assim manter-se acima dos 100 ienes, depois de ontem ter caído abaixo desse nível pela primeira vez desde o início de maio. A queda da segunda-feira veio após o índice de atividade industrial dos EUA, medido pelo ISM, ter surpreendentemente recuado em maio para o menor nível desde 2009. O dado fez diminuir um pouco a ansiedade em torno da possibilidade de um aperto monetário pelo Federal Reserve para breve.
À tarde, declarações do presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, acalmaram ainda mais. Ele apontou que “qualquer ajuste” que o Fed possa vir a fazer em seu agressivo programa de compras mensais de bônus não significará “uma grande mudança na política monetária”. A declaração ajudava as bolsas europeias desde cedo. A queda do número de pedidos de seguro-desemprego na Espanha em maio para o menor nível desde dezembro punha a Bolsa de Madri na dianteira.
Às 10h35 (de Brasília), o Dow Jones ganhava 0,11%, enquanto o Nasdaq subia 0,26% e o S&P 500 operava em alta de 0,19%. Na Europa, Londres ganhava 0,68%, Frankfurt avançava 0,46% e Paris operava em alta de 0,54%. Em Madri, o Ibex ganhava 1,62%. No câmbio, o euro valia US$ 1,3067 e o dólar, 100,37 ienes. Junto com as ações, os juros dos Treasuries ganharam certo impulso com o déficit menor que o esperado. O yield da T-note de 10 anos subia para 2,14% pouco antes das 10h30.
Fonte: Valor Econômico Link: http://migre.me/eSEIb Autor: Aline Cury Zampieri, Lucinda Pinto, Silvia Rosa e Marcílio Souza Data de publicação: 04/06/2013 |