Bolsa abre em queda, mas volta a subir puxada por ações de exportadoras

Dólar continua valorizado, retornando ao patamar de R$ 5,80

Após subir 2,75% na última sexta-feira e voltar para o patamar de 80 mil pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu esta segunda-feira com queda de 0,79% por volta das 10h15, acompanhando dos índices norte-americanos e piora nas projeções do mercado para o Produto Interno (PIB) em 2020, que foram reduzidas pela 13ª vez consecutiva. Enquanto isso, o dólar abriu com nova valorização, voltando superar a barreira de R$ 5,80. Em menos de uma hora de pregão subia 1%, cotado a R$ 5,79 e, após as 11h, avançava 1,31%, negociado a R$ 5,807.

As incertezas rondam os operadores que continuam na expectativa de novas altas do dólar diante da continuidade do embate ideológico e político e a piora nos dados de aumento de mortes e de contágio devido às baixas taxas de isolamento social nas maiores capitais do país. “Afinal, nem sabemos em que estágio está a pandemia no país! E, pior, não há uma diretriz firme e consistente face à grave problemática”, destacou o economia Sidnei Nehme, da NGO Corretora de Câmbio.

A alta do dólar ajudou a mudar o sinal da B3 na primeira hora do pregão, passando a registrar alta de 0,40% antes das 11h puxada por ações de empresas exportadoras de alimentos, como a BRF, que registrava alta de 11%. A Marfrig subia 4%.

 

PIB fraco

A mediana das estimativas do mercado para o PIB passou de uma queda de 3,8%, na semana passada, para 4,1%, nesta semana, conforme dados do boletim semanal Focus, do Banco Central. As previsões do Focus estão otimistas se comparadas com a de José Francisco Lima Gonçalves, do Banco Fator, que prevê retração de 7,4% no PIB deste ano, de recuo de 3% no PIB de 2021. Ele demonstrou grande preocupação com os rumos da economia e os conflitos criados pelo presidente Jair Bolsonaro. “Estamos em meio a uma crise política entre o presidente e os demais poderes e um movimento de política fiscal contracionista e condução de reformas defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que não combina com a aproximação do presidente com o Centrão”, resumiu.

Diante da economia cada vez mais fraca, a projeção de inflação para este ano também caiu, passando de 1,97% para 1,76%, abaixo da metade da meta, de 4% anuais, confirmando a expectativa de uma quebra na demanda. A expectativa do mercado para a taxa básica de juros (Selic) no fim do ano passou de 2,75% para 2,5%. A mediana para o dólar foi mantida em R$ 5 em dezembro.

 

Bolsas internacionais

Na Europa, as bolsas também estavam operando no vermelho enquanto o petróleo tipo Brent oscilava bastante, mas era negociado acima de US$ 30 o barril para entrega em junho.

O maior exportador mundial da commodity, a Arábia Saudita anunciou um plano de austeridade para lidar com a queda do preço do barril e a pandemia da covid-19, que prevê triplicar o imposto sobre valor agregado (IVA) e suspender subsídios. Com essas medidas, o país espera economizar cerca de 100 bilhões de riais (cerca de 24 bilhões de euros), de acordo com informações da AFP. Além disso, o governo saudita decidiu “cancelar, escalonar, ou adiar” as despesas relacionadas a grandes projetos de desenvolvimento que visam a modernizar a economia do país e torná-lo menos dependente das exportações de petróleo, acrescentou.

Na Coreia do Sul registrou o maior número de casos de coronavírus em mais de um mês, em razão do aparecimento de um foco de contágio em um bairro de vida noturna em Seul. O país, que em fevereiro era um dos maiores focos de infecção no mundo, é considerado um modelo na luta contra o vírus. A normalidade começou a se restabelecer na semana passada.

ngo na midia exame Fonte: Correio Braziliense
Autor: Rosana Hessel
Link: correiobraziliense.com.br/bolsa-abre-em-queda-mas-volta-a-subir-puxada-por-acoes-de-exportadora.shtml
Data de publicação: 11/05/2020

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