Setor externo mais difícil: Moody’s também deverá rebaixar o país

Setor externo mais difícil: Moody’s também deverá rebaixar o país

Por NGO

A agência Standard & Poor’s rebaixou, nesta quarta-feira (17/02), a nota da dívida brasileira de “BB+” para “BB” e ainda manteve a perspectiva negativa, ou seja, deixando em aberto a possibilidade de novos cortes no futuro e apontando ainda que os desafios políticos e econômicos do Brasil são consideráveis.

Para o diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme, os cortes nas notas de grau de investimento do país tendem a ser feitos também por outras agências. “Não é algo para fazer de conta que não é importante. Situação externa se agrava e deve provocar retração na oferta de recursos e encarecimento. Moody’s deverá rebaixar o país também”, alerta o economista.

Em setembro do ano passado, a S&P já havia retirado o selo de bom pagador e em dezembro foi a vez da agência Fitch.  Assim, de acordo com as classificações das agências, o Brasil deixou de ser considerado um país recomendável para que investidores apliquem seu dinheiro.

Os rebaixamentos ocorridos no ano passado se referiam ao rating em moeda estrangeira, já o ocorrido na quarta-feira refere-se a dívida em moeda local, ou seja, o Brasil também não é considerado mais bom pagador da dívida que imprime dentro de casa.

E a deterioração continua, já que o rebaixamento da nota do país também arrastou para baixo a classificação da Petrobrás e de mais 35 companhias e bancos. No caso da estatal, a nota caiu dois degraus, de “BB” para “B+”, ou seja, para recuperar o selo de bom pagador é necessário subir quatro posições, mas a agência manteve também a perspectiva negativa para a Petrobrás, evidenciando a possibilidade de um novo rebaixamento.

Para tentar minimizar a repercussão do rebaixamento da nota, o Ministério da Fazenda afirmou que o fato não altera a perspectiva de recuperação da economia do país no médio prazo, destacando que a revisão da nota é temporária e será revertida tão logo os resultados das medidas em andamento comecem a produzir efeitos na economia.

Porém, o diretor da NGO Corretora de Câmbio alerta que é uma ilusão acreditar em perspectiva de melhora para médio prazo, enfatizando que se existir uma perspectiva positiva ela é apenas para longo prazo.

“Pura ilusão! Perspectivas, se há, são de longo prazo pós 2018. 2016 já se configura pior do que 2015 porque nada foi implementado e já compromete 2017”, analisa Sidnei Nehme.

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