Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro
I – Operações de crédito do sistema financeiro
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro totalizou R$3.104 bilhões em novembro, com elevação mensal de 0,3% e retração de 2,3% em doze meses (variações respectivas de -0,5% e -2% no mês anterior). As operações com pessoas físicas totalizaram R$1.550 bilhões, acréscimos de 0,7% no mês e de 3,2% em doze meses, enquanto na carteira de pessoas jurídicas o saldo de R$1.554 bilhões permaneceu estável no mês, com contração de 7,2% em doze meses. A relação crédito/PIB recuou para 49,5% (49,7% no mês anterior e 53,1% em novembro de 2015).
A carteira de crédito com recursos livres atingiu R$1.548 bilhões, com expansão de 0,3% no mês e contração de 4,1% em doze meses. O crédito para pessoas físicas totalizou R$809 bilhões, com elevações de 0,7% no mês e em doze meses, mantendo a tendência de moderado crescimento observada em outubro, com destaque para as operações com cartão de crédito à vista. A carteira de pessoas jurídicas recuou 0,1% no mês ao atingir R$740 bilhões, destacando-se a redução nos adiantamentos de contrato de câmbio (ACC).
O crédito direcionado somou R$1.556 bilhões, após aumento de 0,3% no mês e queda de 0,4% em doze meses. Os financiamentos às famílias cresceram 0,6% no mês, totalizando R$742 bilhões, com avanços respectivos de 0,4% e 0,7% nos créditos rurais e imobiliários. A carteira de pessoas jurídicas permaneceu estável, com saldo de R$814 bilhões.
Entre os setores de atividade econômica, consideradas operações com recursos livres e direcionados, as operações com a indústria recuaram 0,1% no mês, somando R$760 bilhões. O crédito ao segmento de construção cresceu 3,6%, enquanto recuaram os saldos referentes aos setores extrativista (-9%) e de serviços de utilidade pública (-0,5%). Os empréstimos ao segmento de serviços declinaram 0,2%, para R$736 bilhões, com expansão para o setor de administração pública (2,6%) e reduções em comércio (-0,7%) e transportes (-2%).
Consideradas operações superiores a R$1 mil, os saldos de crédito cresceram em todas as regiões do país, destacando-se os incrementos de 1,0% no Sul (R$549 bilhões), de 0,6% no Centro-Oeste (R$326 bilhões) e de 0,5% no Nordeste (R$398 bilhões). Norte e Sudeste registraram expansões de 0,1%, com saldos respectivos de R$116 bilhões e R$1.662 bilhões.
Taxas de juros e inadimplência
A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro atingiu 33% a.a. em novembro, apresentando declínio de 0,3 p.p. no mês e aumento de 2,6 p.p. em doze meses. A taxa alcançou 53,9% a.a. no segmento de crédito livre (variações de -0,1 p.p. no mês e de +5,8 p.p. em doze meses) e 10,6% a.a. no crédito direcionado (-0,4 p.p. e +0,3 p.p.).
A taxa média no segmento de pessoas físicas situou-se em 42,7% a.a., estável no mês e com alta de 4 p.p. em doze meses. Nas contratações com recursos livres e direcionados, as taxas permaneceram em 73,6% a.a. e 10,2% a.a., respectivamente.
No segmento de pessoas jurídicas, a taxa média de juros alcançou 21% a.a., após declínios de 0,7 p.p. no mês e de 0,2 p.p. em doze meses. Em novembro, a taxa decresceu 0,5 p.p. (para 29,9% a.a.) nas contratações com recursos livres e 0,9 p.p. (para 11,1% a.a.) no crédito direcionado (recuo de 1,3 p.p. nos financiamentos a investimentos com recursos do BNDES).
O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados situou-se em 23,5 p.p. em novembro, com recuo de 0,4 p.p. no mês (+4,1 p.p. em doze meses). A retração mensal refletiu as variações negativas de 0,4 p.p., para 41,8 p.p., nas operações com recursos livres, e de 0,5 p.p., para 3,8 p.p., nas operações com recursos direcionados. O spread atingiu 33,1 p.p. no segmento de pessoas físicas e 11,6 p.p. no de pessoas jurídicas, decréscimos mensais de 0,2 p.p. e 0,8 p.p., respectivamente.
A taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, computados atrasos superiores a noventa dias, atingiu 3,8% em novembro, refletindo variações de -0,1 p.p. no mês e +0,4 p.p. em doze meses. Em novembro, a taxa diminuiu 0,1 p.p. nos segmentos de pessoas físicas e jurídicas, para 4,1% e 3,5%, respectivamente. A inadimplência recuou 0,1 p.p., situando-se em 5,8%, nas operações realizadas com recursos livres, e manteve-se estável em 1,9%, nas operações com recursos direcionados.
II – Evolução dos agregados monetários
A base monetária apresentou saldo médio diário de R$243,4 bilhões em novembro, com variações de -0,3% no mês (+2,7% em doze meses). A evolução mensal refletiu a retração de 0,7% no papel-moeda emitido e o aumento de 2,8% nas reservas bancárias.
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, as operações com títulos públicos federais exerceram impacto contracionista de R$30,2 bilhões, após colocações líquidas de R$23,5 bilhões no mercado primário e vendas líquidas de R$6,7 bilhões no mercado secundário. Em contraponto, expandiram as operações do Tesouro Nacional em R$20,3 bilhões; os ajustes nas operações com derivativos, R$3,9 bilhões, e as operações do setor externo, R$2,9 bilhões.
O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) totalizou R$310,4 bilhões em novembro, com redução mensal de 0,3%, decorrente dos recuos de 0,4% no papel-moeda em poder do público e 0,2% nos depósitos à vista. Em doze meses, o M1 cresceu 2,6%.
O saldo dos meios de pagamento (em final de período) no conceito M2 – que corresponde ao M1 acrescido dos depósitos de poupança e dos títulos privados – registrou crescimento de 0,8% em novembro, somando R$2,3 trilhões. Esse resultado foi determinado pelas elevações de 3% no M1; 0,5% nos depósitos de poupança, que totalizaram R$650,2 bilhões; e de 0,3% nos títulos privados, cujo saldo atingiu R$1,3 trilhão. No mês, ocorreram captações líquidas de R$5,7 bilhões nos depósitos a prazo e de R$1,9 bilhão nos depósitos de poupança.
O conceito M3, que somam ao M2 as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, expandiu 0,2% no mês, totalizando R$5,1 trilhões. O saldo das quotas de fundos de renda fixa aumentou 0,2%, somando R$2,7 trilhões, enquanto as operações compromissadas com títulos públicos recuaram 6,9%, perfazendo R$193,9 bilhões. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, cresceu 0,9% no mês e 11,1% em doze meses, somando R$6 trilhões.
Fonte: Banco Central do Brasil