Mercado precisa perceber que não há soluções de curtíssimo prazo

Mercado precisa perceber que não há soluções de curtíssimo prazo

Por NGO

De acordo com a matéria da Agência de Notícias Reuters “Dólar cai mais de 1% ante real, de olho em política local”,  investidores receberam bem a notícia da rejeição da chapa governista na eleição dos membros da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, impactando assim, na queda da moeda norte-americana.

Para a Reuters, o mercado tem reagido bem as noticias que apontam para o impeachment porque acreditam que o fato ajudaria na recuperação econômica, mas que vale ponderar também que a instabilidade política pode dificultar o ajuste fiscal e também trazer a perda do selo de bom pagador do país por outras agências de classificação de risco.

O diretor da NGO, Sidnei Nehme, esclarece que o mercado deve perceber que a solução não virá em curto prazo. “Mercado age como se estivesse assistindo um jogo de futebol que acaba em 90 minutos. É absolutamente “no sense” imaginar que seu time vá trazer soluções de curtíssimo prazo para a situação deletéria da economia brasileira. Este jogo levará anos para encontrar definição, seja qual seja o time vencedor! Não cabe precificar nada, só observar!”.

Soma-se a este cenário de indefinições e instabilidade, os dados da inflação que superou dois dígitos pela primeira vez em 12 anos, em novembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 10,48 por cento em 12 meses, maior desde 2003.

Os números mostram o quanto as projeções do Boletim Focus estão fora da realidade. “E o Boletim Focus insinua projeção com queda de 1/3 da inflação em 2016”, reforça Sidnei Nehme.

Dado é muito superior a meta estabelecida pelo governo de 4,5%, com tolerância de 2% para mais e para menos. Esse resultado coloca mais pressão para que o BC volte a subir os juros básicos, mesmo no ambiente recessivo.

Este cenário recessivo fica evidente frente as notícias de que o maior parque fabril do país, a indústria paulista, produziu 0,4% menos de setembro para outubro de 2015, contabilizando o quinto mês consecutivo de queda.

“O carro chefe da economia brasileira reduz o ritmo! Atrás disto vem o desemprego, queda de renda e do consumo. É a recessão e suas evidencias”, conclui o diretor da NGO Corretora de Câmbio.

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