Comitê vai discutir como aumentar a eficiência do mercado de câmbio
Representantes do BC e de instituições financeiras, de empresas e de entidades representativas farão parte do Comitê Consultivo do Mercado de Câmbio do Brasil (CCMCB), instituído na sexta-feira (5) para promover discussões que levem ao aumento da eficiência desse mercado no Brasil e que fomentem a disseminação de boas práticas.
A iniciativa faz parte de um processo de alinhamento internacional do país. Em 25 de maio, será lançado em Londres, no Reino Unido, o Código Global de Câmbio (FX Global Code), um conjunto de princípios desenvolvido no âmbito do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) para promover a integridade e o efetivo funcionamento dos mercados de câmbio.
“Após a crise financeira de 2008, surgiram vários escândalos sobre tentativas de manipulação de taxas de câmbio de referência. Esses escândalos afetaram negativamente a imagem do mercado de câmbio global e, por iniciativa do BIS e de outros bancos centrais, um grupo começou a discutir melhores práticas em um contexto global”, conta Alan da Silva Andrade, chefe-adjunto no Departamento das Reservas Internacionais. “Um grupo de trabalho foi criado e, após dois anos de discussões, teremos a divulgação do Código Global de Câmbio, que será lançado no final deste mês e que terá adesão voluntária”, afirma.
Ele explica que caberá ao CCMCB acompanhar a implementação do código no Brasil, em harmonia com a regulação estabelecida pelo Banco Central: “Em um primeiro momento, o comitê vai se debruçar sobe o código, analisando detalhadamente o documento”, diz Alan. “Por se tratar de um conjunto de orientações éticas e de melhores práticas, acreditamos que as instituições brasileiras não terão que fazer grandes mudanças. O BC regula e monitora o mercado de câmbio no país, que já opera dentro de elevados padrões éticos e de governança”.
O CCMCB não tem caráter deliberativo. Suas decisões e orientações não terão como objetivo afetar as taxas de câmbio no país. Também não cabe ao comitê discutir questões ligadas à regulação do mercado de câmbio brasileiro.
Características próprias
Conforme explica Alan, o mercado de câmbio brasileiro apresenta peculiaridades na comparação com os mercados de outros países. Há aqui, por exemplo, a Câmara de Câmbio da BM&FBOVESPA, que atua como contraparte central de todas as operações registradas em seus sistemas.
“No mundo inteiro, as operações de câmbio são feitas de forma diferente da que fazemos no Brasil. Lá fora, as operações possuem risco de crédito entre os participantes. Aqui, esse risco é absorvido pela contraparte central”, destaca o chefe-adjunto. A Clearing de Câmbio faz o registro, a compensação, a liquidação e o gerenciamento de risco de operações do mercado brasileiro interbancário de dólar à vista, aumentando a segurança das operações.
Composição do Comitê
Inicialmente, o diretor de Política Monetária, Reinaldo Le Grazie, será o presidente do CCMCB. Instituições financeiras como Banco do Brasil, Bradesco, BNDES, Credit Suisse e Itaú são algumas das convidadas para o fórum de discussões, que possui ainda representantes da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Clique para ver a lista completa dos integrantes.
Fonte: Banco Central do Brasil