“Brasil Assustado”: 2016 já tem prognóstico pior do que 2015

“Brasil Assustado”: 2016 já tem prognóstico pior do que 2015

Por NGO

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (11/11) o texto-base do projeto de lei de repatriação de recursos de brasileiros depositados ilegalmente no exterior, mas os parlamentares ainda vão analisar destaques que podem mudar a proposta. Parte dos recursos, obtidos por meio de multas, tem como objetivo cobrir o rombo no orçamento de 2016, que foi o motivo do rebaixamento do Brasil, pela Agência Fitch.

De acordo com o blog do Fernando Rodrigues, o BC já chegou a cogitar que o rebaixamento possa acontecer antes do esperado. O governo trabalhava com a ideia de que as agências Moody’s e S&P avaliassem o Brasil apenas no início do segundo semestre de 2016, mas alguns fatores podem acelerar o cronograma das agências.

Para o diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme, o Brasil apresenta dados que apontam para o rebaixamento. “Risco absolutamente concreto e factível. O país tem números que o credenciam ao rebaixamento (downgrade) que o conduziria seguramente a ter um 2016 muito pior do 2015 e uma taxa de dólar com forte “overshooting” e dificuldades de acesso a recursos externos”, esclarece Nehme.

Além do risco iminente do rebaixamento, os dados da economia se mostram desfavoráveis, apontando para um 2016 ainda mais difícil. Houve uma queda na demanda por crédito de 8,5%, de acordo com a Serasa; a venda de papelão, material de embalagem da produção, que pode ser um indicador da atividade industrial, teve uma queda de 4,42% em outubro.

“O desemprego deve se acentuar em 2016, que poderá ser para o país pior do que 2015. O pior está por vir no todo”, afirma o diretor da NGO Corretora de Câmbio.

Para Nehme, o Brasil “é um pais absolutamente assustado com tudo que acontece em qualquer parte, a partir do seu próprio ambiente interno até qualquer coisa no exterior. Absolutamente vulnerável”.

Na terça-feira (10/11), o dólar avançava acima de R$ 3,80, após dados fracos sobre a economia chinesa golpearem o apetite por ativos de risco nos mercados globais. Já na quarta-feira (11/11), o dólar recuava abaixo de R$3,75 e atingiu o menor nível em mais de um mês, em função de boatos de que Henrique Meirelles poderia substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.

Para o diretor da NGO, Meirelles, se vier, naufragará, tanto quanto, Levy. O problema brasileiro não é de nomes, mas de gravidade.

“A questão não se resolve com nomes até porque Meirelles não teria muito o que fazer. A situação é crítica, com o governo quase insolvente e assustado com o risco de perda de rating. Meirelles corre o risco, se assumir, de não agregar nenhum avanço e ainda ter que conviver com um 2016 pior do que 2015 como está surgindo a perspectiva consistente. O dólar neste preço (abaixo de R$ 3,75) é irreal”, analisa Sidnei Nehme.

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