Dólar segue mercado externo e fecha em alta

SÃO PAULO – O dólar comercial fechou em alta, acompanhando o mercado externo, onde a divisa americana avançou em relação a moedas de perfil semelhante ao real. O volume limitado e as pequenas oscilações, segundo operadores, evidencia a falta de interesse de investidores em testar os limites sinalizados pelo Banco Central 

SÃO PAULO – O dólar comercial fechou em alta, acompanhando o mercado externo, onde a divisa americana avançou em relação a moedas de perfil semelhante ao real. O volume limitado e as pequenas oscilações, segundo operadores, evidencia a falta de interesse de investidores em testar os limites sinalizados pelo Banco Central para o câmbio, dada a baixa possibilidade de lucro no cenário atual.

O dólar fechou em alta de 0,20%, a R$ 2,037, após oscilar pouco mais de meio centavo entre a mínima e a máxima no dia. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato de dólar futuro para fevereiro subia 0,12%, a R$ 2,0410, antes do ajuste final.

“O câmbio está claramente administrado no Brasil, e não fica interessante operar nesses níveis”, disse Italo Abucater, especialista em câmbio da Icap Brasil. Segundo ele, o volume negociado na BM&F está muito pequeno em comparação com o giro em outros mercados de moedas, além de a volatilidade estar baixa no país. “Isso faz o investidor estrangeiro que tinha o hábito de investir por aqui preferir operar em outros ativos, como o dólar australiano.”

A incerteza com as discussões sobre a elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, hoje em US$ 16,4 trilhões, foi o principal fator que influenciou o câmbio brasileiro. Caso não seja contornado o problema, o país deve parar de honrar seus compromissos entre meados de fevereiro e o início de março, segundo informações do Tesouro americano.

Outro fator que contribuiu para a alta de hoje foi a posição técnica do mercado, que é favorável à apreciação da moeda americana, segundo o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti. “Os bancos terminaram o ano vendidos [em dólar à vista] em mais de US$ 6 bilhões”, disse ele. “É mais que a posição [vendida] do fim de outubro.”

Segundo Abucater, da Icap, a expectativa por enquanto é que o dólar se mantenha entre R$ 2,03 e R$ 2,05, como ocorreu nos últimos 12 pregões, incluindo o de hoje. A dúvida, por enquanto, permanece sendo se o governo vai utilizar o câmbio mais como instrumento para fomentar a industrial deixando o dólar subir, ou como ferramenta para conter a inflação, permitindo que o real se valorize, disse o economista.

Em dezembro passado, governo e BC interviram pesadamente no mercado, com o objetivo de fazer o dólar baixar de suas máximas desde 2008, atingidas no fim de novembro. Desde a última semana de 2012 o mercado voltou ao ritmo de marasmo no qual operou entre julho e outubro, reflexo dessas intervenções.

Na opinião de Sidnei Nehme, economista-chefe da NGO Corretora, o governo deverá utilizar o câmbio como instrumento para conter as pressões inflacionárias no país, que já ameaçam o teto da meta de inflação de 6,5% ao ano. Segundo ele, os instrumentos que o BC tem para conter os preços são limitados uma vez que o governo tem indicado que manterá a taxa Selic em 7,25% ao ano por um longo período e dado que a indústria não tem dado sinais de reação.

No exterior, o Dollar Index, que acompanha o desempenho do dólar ante uma cesta de seis moedas, subia 0,38%, a 79,80 pontos, enquanto o euro, principal integrante dessa cesta, caía 0,73%, a US$ 1,328. 


ngo na midia g1 portal valor economico Fonte: Valor Econômico
Link: http://goo.gl/KM0Do
Autor: José Sergio Osse e José de Castro
Data de publicação: 15/01/2013

 

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