O dólar pode fechar este ano em R$ 4 e chegar a R$ 5 em 2016 caso o Brasil seja penalizado com o rebaixamento a grau especulativo por mais uma agência de rating, segundo o economista Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da corretora de câmbio NGO.
“O preço da moeda norte-americana tem potenciais fatores de indução fundamentada para fechar este ano em R$ 4,00 e, se o país for penalizado com o ‘downgrade’, não se pode deixar de considerar a taxa ao final de 2016 em R$ 5,00”, avalia.
Para Nehme, o absoluto descontrole da política fiscal, com um rombo aprovado das contas do governo de R$ 120 bilhões para este ano, já coloca o Brasil na linha de frente das agências para um rebaixamento. A esse quadro, se adicionam ainda recessão econômica, inflação alta, aumento do desemprego e queda da atividade industrial.
Após fechar este ano já com fluxo cambial negativo, outro rebaixamento levaria o Brasil a sofrer mais retiradas de recursos estrangeiros, principalmente dos investidores que têm mandatos para aplicar apenas em ativos de países com grau de investimento. Outros recursos estrangeiros também poderiam sair espontaneamente do país por causa do aumento de risco, aponta o diretor.
Além das questões internas, há, na pauta dos investidores, a alta dos juros nos Estados Unidos, que pode motivar deslocamento de recursos atualmente investidos em países emergentes para o mercado norte-americano.
A S&P já classifica o Brasil como grau especulativo desde setembro. A Moody’s colocou a nota do país em revisão para possível rebaixamento na semana passada, o que pode ser seguido pela Fitch e pela S&P, segundo Nehme, o que reduzirá o acesso do país e das empresas a financiamento no exterior.
Fonte: O Financista |