IBC-BR vem pouco melhor, mas não muda ideia de perda de tração econômica

A despeito de o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de novembro ter ficado melhor que o esperado, não altera a interpretação de que a economia brasileira vem perdendo tração. A avaliação é do economista Rodrigo Nishida, da LCA Consultores. Esse movimento, explica, fica evidente especialmente quando se analisa os indicadores da indústria, que têm desacelerado há alguns meses. "Outros índices de atividade ainda estão subindo, mas com numa magnitude inferior à vista há alguns meses", afirma.

Com base no IBC-Br informado hoje, o economista diz que a possibilidade é que o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre fique perto de zero, e não mais com alta de 0,5%. Com isso, estima, o PIB de 2018 tende a registrar elevação na faixa de 1,2%, apenas "ligeiramente acima" da alta de 1,1% de 2017. "Houve melhora da confiança no fim do ano, mas ficou só concentrado nesses dados. Os indicadores mais relacionados à atividade não mostraram essa reação por enquanto", avalia.

Nishida observa que a piora de fôlego do setor industrial está associada à crise argentina, país que é grande parceiro comercial do Brasil. "A indústria tem sofrido por causa da Argentina, o que acaba por contaminar outros setores da economia brasileira. Com isso, essa melhora da confiança após a definição eleitoral fica de certa forma mitigada", diz.

Para que o País volte a crescer mais, o economista reforça que é preciso evoluir na agenda reformista. "Tem de fazer a lição de casa, arrumar a situação fiscal para manter as condições financeiras propícias. É preciso também avançar na agenda de reforma micro e ainda investir em infraestrutura para melhorar a competitividade. Uma agenda de longo prazo", sugere.

Na avaliação de Nishida, um crescimento econômico mais vigoroso continua sendo um dos grandes desafios do País. Em seus cálculos, para que o PIB tenha expansão de 2,5% em 2019, por exemplo, a alta nos trimestres teria de ser da ordem de 0,8%. "Não é pouco", diz. Por ora, a LCA estima PIB de cerca de 2,30% este ano, considerando a aprovação da reforma da Previdência. "A nosso ver, pode ser que não aprovem a reforma ideal, que atinja todos os setores. Provavelmente não será a perfeita, o que aumenta o desafio, mas já será alguma coisa", analisa.


Fonte: Broadcast Estadão

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