A política tem dado os elementos amplamente negativos, ao envolver em boataria ancorada em gravações telefônicas envolvendo a cúpula do governo transitório instalado sob a liderança de Michel Temer, e mais figuras expressivas em torno do governo que vivem clima de pavor em relação ao processo abrangente investigativo instalado em Curitiba, denominado Lava Jato, que conturba as medidas de natureza econômicas altamente relevantes para redenção da atividade de nossa economia, que até o momento foi foco de boas intenções e nada de efetivo.
Agora o que assistimos é o governo enfrentando não o governo retirado do poder inicialmente por 180 dias, que ao que parece mantém um inteligente silêncio, mas sim a si próprio e o processo autodestrutivo da imperiosa unidade necessária vai sendo corroída com rapidez muito acima da expectativa.
O fato não nos surpreende, já que bem antes de ser definida a autorização do processo de impeachment da Presidenta Dilma e, logo que definido, tivemos oportunidade de destacar em nossas abordagens que não seria fácil construir a unidade entre políticos tão heterogêneos e que haviam muitos problemas jurídicos alcançando a grande maioria dos mesmos, além do substancial desafio que representava a forte recessão do país, com amplos sinais desestabilizadores repercutindo na sociedade sinalizando que não haveria espaço para avanços sem medidas duras e imediatas.
O governo federal tem clara noção de que a fixação de teto para os gastos públicos não resolve a questão fiscal do país, que seria necessário duro corte nos mesmos e redução brusca e exemplar no numero de servidores, que não ocorre com a redução de Ministérios. Decepcionam os cálculos econômicos que mostram que somente com a fixação de gastos, o país voltaria a ter superávit primário em até 8 anos. É muito tempo.
Para piorar o Congresso sinaliza que só apoia o pacote apresentado pelo Presidente interino Temer se houver alterações em relação ao teto dos gastos públicos e a reforma da previdência. A PEC da questão fiscal é limitante dos gastos em Saúde e Educação, não tem apoio unanime, pois são questões centrais para a população, às quais se agrega a Segurança, e são consideravelmente insatisfatórias dado seus estados caóticos em todo país.
E mais, no que tange à Previdência a despeito do reconhecimento de avanços, predomina o entendimento que direitos adquiridos devem ser preservados, o que não provoca benefícios efetivos neste momento, mas tão somente e de forma diluída no futuro.
Não se espera que as incertezas políticas consequentes da operação Lava Jato percam eficácia e, pelo visto até o momento, continuarão acirrando os ânimos de parceiros e antigos parceiros em busca da sobrevivência.
Enfim,
Com discursos, “sentimentos” e boas intenções, o governo corre o risco de ficar travado pelo lado politico, não evoluir no lado econômico e conviver com uma incessante perturbação em torno dos receios judiciais que assola grande parte dos políticos.
O prazo de 180 dias não é longo e o contexto pode determinar defecções mutantes de lado e então?
Os políticos precisam entender que além do que ai está resta o caos!
O retorno da Presidenta afastada poderá ganhar probabilidade e o risco será efetivo, embora todos saibam da sua incapacidade de governar.
O governo tende a ficar encurralado, sem saída viável imediata e então buscar no aumento de impostos, como a recriação da CPMF, saída para a questão fiscal. Irá então pela trilha comum de todos os governos.
Então o dólar será, sem duvida, o pilar para retomada a atividade econômica, ajustando seu preço à efetiva realidade do país e realinhando os preços relativos da economia, e incentivar a atividade industrial, em especial, que continua em queda de atividade firme. Prestará um serviço efetivo ao governo sem requisitar recursos financeiros, mas ocupando o seu relevante papel na economia brasileira.
Por isso, consideramos que as projeções atuais, em especial do Boletim Focus, tem pouca validade gerencial para não dizer nenhuma, tendo em vista a enormidade de incertezas em perspectivas.
Neste momento os riscos de piora da situação já começam a dar sinais de que poderão, no curto prazo, alterar as expectativas intensamente favoráveis acreditadas até recentemente.
O contexto geral está muito complexo e confuso. O mercado financeiro está inerte e poderá ter que rever seus preços de ativos tardiamente, pois prêmios, riscos, etc… já captam este estado de coisas num ambiente de incertezas crescentes.