A rigor, pelo quadro presente de fluxo cambial o preço da moeda americana deveria estar bem mais elevado, repercutindo a fragilidade dos ingressos de recursos externos e as perspectivas de um persistente aumento do déficit em transações correntes, que, segundo dados revelados em artigo do Professor Delfim Neto, no 1º trimestre atingiu 4,31% do PIB quando no mesmo período em 2012 representou 2,41%.
Professor Delfim ainda destaca, fato que temos persistentemente enunciado em nossos comentários diários, que a estimativa para o déficit em transações correntes é da ordem de US$ 67,0 Bi (FOCUS US$ 70,0 Bi) e os IED´s esperados de US$ 65,0 Bi (FOCUS US$ 60,0 Bi), destacando que com as incertezas que cercam a economia é natural que esses números sejam vistos com certa desconfiança.
A rigor, pelo quadro presente de fluxo cambial o preço da moeda americana deveria estar bem mais elevado, repercutindo a fragilidade dos ingressos de recursos externos e as perspectivas de um persistente aumento do déficit em transações correntes, que, segundo dados revelados em artigo do Professor Delfim Neto, no 1º trimestre atingiu 4,31% do PIB quando no mesmo período em 2012 representou 2,41%.
Professor Delfim ainda destaca, fato que temos persistentemente enunciado em nossos comentários diários, que a estimativa para o déficit em transações correntes é da ordem de US$ 67,0 Bi (FOCUS US$ 70,0 Bi) e os IED´s esperados de US$ 65,0 Bi (FOCUS US$ 60,0 Bi), destacando que com as incertezas que cercam a economia é natural que esses números sejam vistos com certa desconfiança.
E esclarece o seu entendimento a respeito: “Este resultado não deveria ser surpresa, porque o comportamento da taxa de cambio nominal e o salário nominal, ambos produto das próprias políticas social e econômica, produziu fantástica valorização do câmbio real (a relação entre o câmbio nominal e o salário real), que explica boa parte do persistente aumento do déficit em transações correntes. Um significativo montante desse déficit financia o consumo e não o investimento, o que tem sérias implicações para o longo prazo.”
Quanto à balança comercial que tem projeção do governo para 2013 de US$ 15,0 Bi de saldo (FOCUS US$ 10,25 Bi), que revelou no 1º trimestre redução de US$ 7,6 Bi, depende de esclarecimentos sobre os registros das importações da Petrobrás.
Em nossas observações há necessidade do governo esclarecer melhor a questão dos registros tardios das importações da Petrobrás e, também, eventos pontuais no fluxo cambial atípicos de ingressos por seus montantes num único dia, para que possam ser efetivamente validados para análise, com base de credibilidade.
Mas, neste momento, em que convivemos com uma “ressaca” de ingressos de divisas, com os bancos operando com posições “vendidas” ancoradas em linhas externas junto a banqueiros e com um fluxo cambial, com base nos dados do BC, neste ano de 2013 até 19 de abril negativo em US$. 983,0 M ante o ingresso positivo de US$ 23,3 Bi no mesmo período do ano de 2012 surgiram perspectivas efetivas de melhora do fluxo cambial.
O programa de incentivo à sua economia deflagrado pelo governo do Japão, envolvendo no todo e de forma gradual o montante de US$ 1,4 Tri, vem promovendo extraordinária liquidez no mercado internacional, com impacto redutor nas taxas de juro, gerando oportunidade as empresas brasileiras de captações de recursos no exterior a custos baixos a prazos acima de 1 ano, ao mesmo tempo em que estão sendo anunciados IPO´s na BMF&Bovespa, que poderão atrair, da mesma forma, ingresso de recursos.
Esta perspectiva vem cerceando a tendência de alta do preço da moeda americana, ao mesmo tempo em que o governo definiu a utilização da taxa SELIC como instrumento de contenção à inflação presente, e deixando evidente que o real mais desvalorizado contribui para a pressão inflacionária.
Este suposto quadro prospectivo colocou o mercado de câmbio em perspectiva de receber melhora substantiva de fluxo de ingresso de recursos, restabelecendo padrões de normalidade na liquidez, e com isto provocou recuo no preço que vinha sendo praticado no entorno de R$ 2,02 ou pouco mais, para a linha de R$ 2,00 ou pouco menos.
Contudo, enquanto o fluxo favorável não se consolida o preço da moeda americana apresenta discreta volatilidade, com fundamentos locais e não externos, no entorno de R$ 2,00.
Ocorre que, a despeito da forte ebulição havida, tão logo anunciado o programa japonês, no sentido de manifestações de intenções de captações externas, as empresas vêm observando que o custo de captação externo atraente quando agrega o custo de “hedge” que aumentou, acaba ficando desfavorável na comparação com as alternativas presentes no mercado local. E, mais, para captações de longo prazo, a rigor, há enorme dificuldade para obtenção de “hedge”.
Mas de toda forma, acreditamos que ocorrerá uma melhora momentânea no fluxo, mesmo que pontual, que impactará favoravelmente na liquidez do mercado de câmbio, podendo até haver uma discreta apreciação do real, contudo, como temos salientado nada será definitivo ainda para o câmbio neste 2013, já que temos com que nos preocupar, pois não está assegurada a recuperação de fluxo cambial sustentável e contínuo.
O governo reluta em relaxar as barreiras tributárias impostas ao ingresso de recursos de curto prazo, porém poderá ver-se condicionado a fazê-lo no todo ou parcialmente, para resolver o problema de oferta no mercado de câmbio, já que para problemas de liquidez os instrumentos financeiros “swaps cambiais” podem não resolver, pois a demanda será de moeda e não de proteção.
Caso contrário, o BC terá que vender dólares a vista ao mercado, através leilões, o que parece não desejar.