O nosso mercado de câmbio revela baixa liquidez e este é um fator determinante de apreciação do preço da moeda americana a partir dos fundamentos que norteiam a formação do preço.
O nosso mercado de câmbio revela baixa liquidez e este é um fator determinante de apreciação do preço da moeda americana a partir dos fundamentos que norteiam a formação do preço.
Contudo, ocorre a coincidência do problema em torno da ilha de Chipre, cujo Parlamento recusou a proposta do BCE de confiscar parte dos depósitos bancários, com o objetivo de obter recursos complementares para superar o estado quase falimentar e, na sequência teve negado pela Rússia pedido de empréstimo emergencial.
Ontem, autoridade da União Europeia afirmou que se o Chipre não puder concordar com um imposto sobre os depósitos, o país enfrentará o fechamento de seus maiores bancos, o que iria eliminar completamente os depositantes sem seguro, ou ser forçado a deixar a zona do euro.
A situação do Chipre é muito difícil, mas é inegável que as autoridades da zona do euro cometeram uma desastrada tratativa para buscar uma solução e acabaram dando ao problema uma dimensão maior do que representa, já que criaram um risco relevante que pode atingir todas as demais economias periféricas da região.
Acreditamos que o fato está cercado de especulação no mercado e, por fim, será solucionado adequadamente com o BCE contornando o problema para não deixar contaminar o restante da zona do euro.
Como o impasse ocorre no âmbito da zona do euro, o movimento especulativo centra-se na relação dólar versus euro, especificamente, promovendo a valorização da moeda americana de forma pontual.
E por ser especulativo, ficou nisto e o dólar não se valorizou ante as moedas emergentes, pelo contrário apresentou desvalorização, o que neutraliza a hipótese de admitir-se que a alta do preço ocorrida no nosso mercado ontem tenha relação com a questão do Chipre, deixando evidente que o problema é o nível de liquidez no nosso próprio mercado de câmbio à vista e, também no futuro.
Esta “feliz” coincidência de baixa liquidez no nosso mercado de câmbio e a crise em torno da Ilha de Chipre permite a oportunidade de se buscar atribuir ao exterior as causas da pressão sobre o preço da moeda americana, mitigando a percepção de que as causas sejam efetivamente locais, mas há claras evidências de que a questão é a liquidez.
Provavelmente para evitar o reconhecimento tácito de que há causas locais nesta apreciação do preço do dólar, o BC consentiu que o preço ultrapassasse os R$ 2,00, não agindo, pois a oferta imediata de “swaps cambiais” sancionaria a deficiente liquidez presente no mercado de câmbio.
Não esperamos que o preço, ainda que existam motivos efetivos para tanto, permaneça acima de R$ 2,00, pois isto traria mais confusão e incertezas as já existentes sobre a política cambial, e adicionalmente à monetária.
A expectativa é que o BC anuncie oferta de “swaps cambiais” logo ao início dos negócios hoje se o preço persistir acima de R$ 2,00, sinalizando que não deseja o preço do dólar neste nível, mas os bancos poderão adquiri-los não com o intuito de expandir suas posições “vendidas” atuais, mas sim para unicamente proteger as já existentes, pois, cada vez mais, fica perceptível que a tendência do fluxo cambial é negativa e este fato pode deixá-los em situação de desconforto quanto à viabilização das coberturas.
Com liquidez fragilizada em decorrência do fluxo cambial negativo combinada com postura operacional dos bancos de não expandir mais suas “posições vendidas”, o BC seria ser levado a realizar oferta de divisas efetivas à vista para o mercado.
Todo o contexto fortalece a percepção da baixa sustentabilidade da estratégia de apreciar o real para confrontar o espiral inflacionário.
O nosso mercado de câmbio revela baixa liquidez e este é um fator determinante de apreciação do preço da moeda americana a partir dos fundamentos que norteiam a formação do preço.
Contudo, ocorre a coincidência do problema em torno da ilha de Chipre, cujo Parlamento recusou a proposta do BCE de confiscar parte dos depósitos bancários, com o objetivo de obter recursos complementares para superar o estado quase falimentar e, na sequência teve negado pela Rússia pedido de empréstimo emergencial.
Ontem, autoridade da União Europeia afirmou que se o Chipre não puder concordar com um imposto sobre os depósitos, o país enfrentará o fechamento de seus maiores bancos, o que iria eliminar completamente os depositantes sem seguro, ou ser forçado a deixar a zona do euro.
A situação do Chipre é muito difícil, mas é inegável que as autoridades da zona do euro cometeram uma desastrada tratativa para buscar uma solução e acabaram dando ao problema uma dimensão maior do que representa, já que criaram um risco relevante que pode atingir todas as demais economias periféricas da região.
Acreditamos que o fato está cercado de especulação no mercado e, por fim, será solucionado adequadamente com o BCE contornando o problema para não deixar contaminar o restante da zona do euro.
Como o impasse ocorre no âmbito da zona do euro, o movimento especulativo centra-se na relação dólar versus euro, especificamente, promovendo a valorização da moeda americana de forma pontual.
E por ser especulativo, ficou nisto e o dólar não se valorizou ante as moedas emergentes, pelo contrário apresentou desvalorização, o que neutraliza a hipótese de admitir-se que a alta do preço ocorrida no nosso mercado ontem tenha relação com a questão do Chipre, deixando evidente que o problema é o nível de liquidez no nosso próprio mercado de câmbio à vista e, também no futuro.
Esta “feliz” coincidência de baixa liquidez no nosso mercado de câmbio e a crise em torno da Ilha de Chipre permite a oportunidade de se buscar atribuir ao exterior as causas da pressão sobre o preço da moeda americana, mitigando a percepção de que as causas sejam efetivamente locais, mas há claras evidências de que a questão é a liquidez.
Provavelmente para evitar o reconhecimento tácito de que há causas locais nesta apreciação do preço do dólar, o BC consentiu que o preço ultrapassasse os R$ 2,00, não agindo, pois a oferta imediata de “swaps cambiais” sancionaria a deficiente liquidez presente no mercado de câmbio.
Não esperamos que o preço, ainda que existam motivos efetivos para tanto, permaneça acima de R$ 2,00, pois isto traria mais confusão e incertezas as já existentes sobre a política cambial, e adicionalmente à monetária.
A expectativa é que o BC anuncie oferta de “swaps cambiais” logo ao início dos negócios hoje se o preço persistir acima de R$ 2,00, sinalizando que não deseja o preço do dólar neste nível, mas os bancos poderão adquiri-los não com o intuito de expandir suas posições “vendidas” atuais, mas sim para unicamente proteger as já existentes, pois, cada vez mais, fica perceptível que a tendência do fluxo cambial é negativa e este fato pode deixá-los em situação de desconforto quanto à viabilização das coberturas.
Com liquidez fragilizada em decorrência do fluxo cambial negativo combinada com postura operacional dos bancos de não expandir mais suas “posições vendidas”, o BC seria ser levado a realizar oferta de divisas efetivas à vista para o mercado.
Todo o contexto fortalece a percepção da baixa sustentabilidade da estratégia de apreciar o real para confrontar o espiral inflacionário.