Final de maio emite prenúncio de forte ajuste positivo na Bovespa e real em junho

Tudo indica que é chegado efetivamente o momento da inflexão e os sinais iniciais estão sendo confirmados pelo comportamento da Bovespa e da apreciação do real frente ao dólar, criando perspectivas de intensa melhora de humor em torno da tendência efetiva de ajustes positivos no mercado financeiro, sinalizando, ainda que discretamente, início da recuperação da atividade econômica, a partir do mês de junho.

Os avanços dos entendimentos políticos em torno da transição da Reforma da Previdência, com sinalização de melhora considerável da articulação política entre o governo e o Congresso, sem perder de vista a integração do Judiciário no alinhamento de propósitos de maior foco e intensificação de tramitação em matérias de interesse efetivo do país, sem subserviência de qualquer poder a outrem, portanto com preservação da independência dos poderes, provocam substantiva mudança nos humores e determinam a ocorrência da inflexão dos preços e indicadores dos ativos no mercado financeiro e do ambiente negativo predominante no contexto de perspectivas.

Junho deverá ser marcante. BOVESPA em alta e dólar em forte depreciação frente ao real.

A BOVESPA deverá firmar a sua tendência de recuperação e é até possível que já ocorram sinais de retorno dos investidores estrangeiros ao Brasil, enquanto o preço da moeda americana frente ao dólar perderá o impulso especulativo a que foi submetido por especuladores estrangeiros que, sem fundamentos, promoveram forte apreciação do preço cultivando a perspectiva do caos.

À margem deste movimento e ancorando-o estará o novo dinamismo na tramitação da proposta da Reforma da Previdência, matéria da mais elevada importância para o país na busca do equacionamento da expressiva crise fiscal.

Acreditamos efetivamente que doravante haverá uma arguta mudança gradual mas consistente nas perspectivas em torno do Brasil, restaurando o otimismo e impulsionando o foco no investimento, geração de emprego, renda e consumo, e, naturalmente melhora acentuada na arrecadação tributária por parte do governo.

A BOVESPA deve firmar-se na tendência de alcançar índice acima dos 100 mil pontos, enquanto o preço da moeda americana deverá acentuar o viés para gradualmente retornar ao entorno de R$ 3,75/3,80.

Uma espécie de “meia volta volver” recriando as expectativas favoráveis e o otimismo.

O PIB negativo já era previsto e faz parte do legado do passado recente, já que o atual Governo somente terá condições de governabilidade a partir do mês de junho, já que esteve restringido pela carência de recursos e os embates políticos, com enormes perturbações ideológicas e corporativistas, que devem persistir, porém com seus efeitos mais contidos.

Agora será possível observar-se melhor a crise sino-americana e constatar-se que nos desencontros entre aquelas potências há benesses significativas para o Brasil, que poderá alavancar seus volumes de exportação.

Entendemos que houve certo descuido do BC ao abordar a possibilidade de criação de contas em dólar internamente no país, pois o assunto posto de forma não ordenada e intempestiva já provocou as mais diversas ilações por parte de alguns setores do mercado, superlativando o assunto e criando cenários e contextos absurdos.

Já houve até quem falasse em “dolarização da economia”, e muitos acreditando na viabilidade da conversibilidade do real, como se fosse algo simples e unicamente dependente da vontade do Brasil.

Hoje é dia da taxa PTax que se presta a ser base para o ajuste dos contratos futuros envolvendo a moeda americana, e isto sugere que possa até haver algum esforço por parte dos especuladores comprados no mercado de dólar futuro para evitar perda mais significativa em suas posições, mas nada que possa evitar que ao longo do mês de junho ocorra forte desvalorização do dólar frente ao real.

Junho, no nosso entender, sinaliza melhores tempos!!!


Sidnei Moura Nehme
Economista e Diretor Executivo da NGO

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