Joaquim Levy na Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC podem constituir a equipe econômica perfeita para o enfrentamento do deteriorado quadro macro econômico brasileiro, que o governo Dilma em seu primeiro mandato, sob o comando do Ministro Mantega na pasta da Fazenda, entrega para o governo Dilma reeleito, como sua missão mais desafiadora a ser superada.
Levy realizou uma importante reorganização da dívida pública brasileira quando esteve à frente do Tesouro Nacional. Barbosa tinha pensamentos e ideias divergentes de Mantega quando secretário-executivo do Ministério o que acabou por provocar sua saída e Tombini um profissional de carreira no governo, que teve a incumbência à frente do BC de defrontar-se com as pressões inflacionárias oriundas da desconstrução fiscal e econômica promovida por Mantega.
Uma equipe competente sem estrelismos e com capacidade para realizar uma gestão coesa e focada no saneamento das contas do país, recompondo sua credibilidade e atratividade num trabalho de médio/longo prazo.
Tem vocação para praticar política fiscal dura e não são falcões, especialmente Tombini, quando se trata de elevar juro.
No curto prazo o desafio é grandioso e exigirá medidas duras que foram evitadas até se atingir este quadro atual de verdadeira crise, com crescimento nulo e gastos de governo que inviabilizaram de fato a obtenção de superávit fiscal. O país atingiu o estado caótico, que ainda tem na margem a possibilidade efetiva de piora caso venha a perder o grau de investimento.
O governo deverá adotar política fiscal extremamente apertada que sinalize redução brusca de consumo com custeio, de forma efetivamente estrutural e não cosmética sobre emendas políticas, pois deixou ocorrer o estouro e não agiu prudentemente.
Ao mesmo tempo em que precisará alterar a sua lógica de política cambial, fazendo do preço do dólar a ancora para incentivar a indústria nacional que vem sendo desconstruída desde 2005 com a utilização do preço da moeda americana como ancora coadjuvante ao juro para conter a inflação consequente dos gastos excessivos.
Com esta dinâmica poderia buscar a retomada da atividade econômica mesmo num ambiente de forte deterioração, gerando emprego e renda e estimulando os investimentos privados, pois aumentaria a competitividade externa e interna do produto nacional ao neutralizar pelo encarecimento das importações.
Neste ínterim estruturaria projetos focando a modernidade da infraestrutura do país buscando atrair os investidores externos, sem barreiras ideológicas ou burocráticas, para conquistar atratividade pontual que fomente o ingresso de recursos externos para financiar o déficit transações de correntes.
Mas, tudo dependerá da determinação e disposição da Presidenta Dilma em conceder à equipe a autonomia de gestão para fazer tudo que não foi feito ao longo do seu primeiro mandato ou o foi de forma errática.
A Presidenta Dilma deverá conceder-lhes a liberdade de adotar medidas que receberão mais criticas do que aplausos imediatos no curto prazo.
A grande realidade é que o país precisa ser reconstruído e se tudo for realizado como nunca antes visto neste país, quem sabe a partir de 2017 tenhamos um Brasil melhor.
Por isso, é absolutamente necessário que se tome extremo cuidado com a euforia extemporânea do mercado financeiro, altas de Bovespa, queda do dólar, juro futuro, etc, porque o Brasil não vive um bom momento e há um longo percurso de no mínimo dois anos para os primeiros sinais efetivos de melhora, se atravessar bem o “purgatório” a que terá que ser submetido duramente.
O dólar necessariamente deverá ser operado com seu preço efetivo, impondo que os preços relativos se ajustem a esta realidade, inclusive PIB e salários.
Continuamos identificando o preço de R$ 2,60 como o compatível.