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Decisão do FED fortalece perspectiva de melhora do fluxo cambial!!

O fluxo cambial está negativo até o dia 13 deste mês em US$ 2,940 Bi e no ano em US$ 702,0 Mi, enquanto os bancos estão “vendidos” no mercado à vista em montante em torno de US$ 7,1 Bi, ancorados parcialmente por linhas de financiamento (venda à vista com recompra futura) fornecidas pelo BC no montante de US$ 3,7 Bi.

Como temos salientado, a estratégia de oferta programada de liquidez no mercado à vista e no futuro definida pelo BC inibiu substantivamente a capacidade dos especuladores distorcerem o preço da moeda americana no nosso mercado, que assim passou a comportar-se em linha simétrica com os fundamentos.

O contexto global, após as definições de manutenção do programa de incentivo monetário por parte do FED/FOMC americano ontem, fortalece a perspectiva de que fluxos externos de capitais especulativos direcionados para os mercados de renda fixa e variável brasileiro possam se revigorar, contribuindo assim, para que o país capte recursos externos adicionais, já que neste momento são insuficientes, para fazer face ao financiamento do atual déficit em transações correntes.

A manutenção do programa por parte do FED deve provocar a alta dos Treasuries e a queda das taxas “yelds”, revitalizando o interesse dos investidores, especialmente os especuladores, em investir nos países emergentes, e o Brasil tende a ser um dos países de escolha destes investidores, visto haver oportunidades de ganhos com arbitragens com o real e na Bovespa, onde há ainda papéis com preços atraentes.

Como a taxa cambial está blindada contra movimentos especulativos e mantém simetria com os fundamentos, a melhora de perspectiva do fluxo cambial para o Brasil no curto prazo impacta na formação do preço colocando-o abaixo de R$ 2,25, provavelmente flutuando no intervalo R$ 2,20 a R$ 2,25, temporariamente, visto que ao final do ano a demanda deve se acentuar e, então, poderá retomar de forma sustentável o preço de R$ 2,30.

É natural a ocorrência de exacerbações após a decisão do FED, ontem e hoje, podendo ser registradas altas relevantes na Bovespa e queda acentuada no preço da moeda americana, que poderá momentaneamente até romper o piso baixo de R$ 2,20, mas os exageros devem ser corrigidos na sequência e os preços deverão passar a repercutir o fato positivo de forma mais moderada.

O fator FED gradualmente vai perdendo “grandeza” perante os mercados, visto que é certo que quando iniciado o desmonte do programa de incentivo monetário deverá sê-lo de forma extremamente gradual para que não comprometa as conquistas. Nesta oportunidade, já foi perceptível que o grau de tensão em torno da decisão foi bem menor. E, para mudanças na taxa de juro, o FED colocou um desafio grandioso para ser alcançado, ou seja, desemprego em 6,5% o que demandará tempo visto estar em 7,2% atualmente.

O contexto no setor externo brasileiro continua desfavorável com o país despertando menor grau de atratividade perante os investidores e com fraco desempenho na balança comercial, mas os sinais de melhora do fluxo cambial, ainda que com capitais especulativos e considerando que neste momento não dá para escolher a qualidade dos recursos, tiram pressão sobre o preço da moeda americana apreciando o real, e, por conseguinte contribui para atenuar as pressões inflacionárias.

Por outro lado, o governo deve focar de forma bastante objetiva e prioritária a participação de investidores estrangeiros nos processos de licitações/concessões ligados a recuperação da infraestrutura do país, pois esta é a grande oportunidade do país angariar investimentos e um confortável fluxo de recursos externos.

 

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