O mercado de câmbio está com excesso de liquidez promovida a rigor pela própria autoridade monetário, o Banco Central do Brasil, através a persistência das rolagens totais das posições de contratos de swaps cambiais vincendas tornando excessiva a liquidez no mercado futuro, com o país registrando saída liquida em janeiro/fevereiro de US$ 12,0 Bi líquidos, ao mesmo tempo em que, também forneceu para o mercado linhas de financiamento em moeda estrangeira para liquidez no mercado a vista.
Com o clima político do mercado financeiro afetado pelas perspectivas presentes sugerindo movimentos de depreciação do preço da moeda americana, por suposição e não por fundamentos criveis, e o BC suprindo o mercado de câmbio futuro e a vista com liquidez, foi criado o ambiente próprio para a especulação forjada a partir do incremento em posições vendidas.
O viés acentuado de depreciação da moeda americana proporcionou continuo movimento de incremento das posições vendidas e conduziu a taxa cambial a níveis incompatíveis com todo cenário político econômico deteriorado que atravessa o país.
É possível se imaginar que ao BC, diga-se governo, interessava um real valorizado para evitar que a taxa cambial mostrasse a tensão e preocupação com o cenário político econômico.
Mas resultou errática a atitude do BC encharcando o mercado nos seus dois segmentos com excessiva liquidez, o que foi fortemente utilizado por movimento especulativo instalado.
Agora, revelando grande incerteza e insegurança nas diretrizes, o Banco Central do Brasil procura encontrar a forma de reduzir a liquidez que ele mesmo proporcionou ao mercado e que teve os efeitos colaterais mencionados.
Inicialmente, anunciou que deixaria de rolar o total das posições de contratos de swaps cambiais vincendos, não tendo havido de postura da especulação instalada no mercado.
Posteriormente, anunciou um leilão de swaps cambiais reversos que tem o impacto de compra de dólar no mercado futuro e assim tenderia a reduzir a apreciação do real e causar a inflexão da taxa.
Resultados iniciais fracos. Total da oferta 20.000 contratos, dos quais colocou ontem 5.500 contratos e hoje ofertou o saldo de 14.500 contratos dos quais colocou 10.000 contratos.
A rigor entendemos que devesse ter paralisado a rolagem dos contratos de swaps vincendos ao invés de reduzi-la e, ao mesmo tempo deveria fazer leilão de swaps reversos em torno de 50.000 contratos, visto que a liquidez presente é elevada e não decorreu de fluxo cambial positivo, mas de própria ação da autoridade monetária.
Evidentemente que com o BC demonstrando atitudes propensas a mudar o curso da taxa cambial, os especuladores tenderiam a buscar a redução/zeragem de suas posições vendidas especulativas.
É de se supor que, a despeito da oferta de swaps reversos ter sido tímida, o entrave pode ter surgido a partir da montagem financeira das operações, não aceitas pelos eventuais interessados. Esta é a nossa suposição.
Desta forma a taxa cambial continua bastante desconforme com a realidade ao se manter num patamar baixo, prejudicando o setor exportador, e ainda tendente a ter depreciado o preço da moeda americana.
A volatilidade tende a permanecer ou se acentuar novamente a depreciação do dólar.
A impressão que tem ficado é que o Banco Central do Brasil parece meio inseguro e com muitas incertezas sobre sua diretriz para o mercado de câmbio e suas intervenções.
Deveria ser mais incisivo não deixando prosperar movimentos especulativos presente, embora cauteloso pois se for abrupto na busca do seu objetivo poderá “vitimar” vários dos “players”, a exemplo do já ocorrido anteriormente, mas esta deve ser uma preocupação primária para quem está especulando.
O retorno da taxa cambial a níveis mais equânimes com o momento, certamente, coibirá a volatilidade, evitará a persistência da especulação e viabilizará transações de comércio exterior do setor produtivo exportador.