No exterior continua o “mais do mesmo”, com as notícias ruins suplantando de longe as eventuais boas, e todo o cenário parece muito “arrastado” com dificuldades de encontrar novas alternativas para velhos problemas, de vez que a dimensão do…
No exterior continua o “mais do mesmo”, com as notícias ruins suplantando de longe as eventuais boas, e todo o cenário parece muito “arrastado” com dificuldades de encontrar novas alternativas para velhos problemas, de vez que a dimensão do “socorro” implementado pelos governos desde a crise de 2008 foi dantesco e os resultados um tanto quanto pífios, com grande deslocamento dos recursos financeiros para a especulação financeira, em detrimento da revitalização econômica, que era o foco prioritário.
Os Estados Unidos que haviam divulgado ontem dados do setor manufatureiro com avanço de 1,1% no 1º trimestre de 2011, a mesma verificada no último trimestre de 2010, e, decepcionantes relativos aos pedidos de bens duráveis de abril com queda de 3,6%, maior queda nos últimos 6 meses, hoje repete dados desapontadores. O PIB do 1º trimestre, em sua 2ª leitura, revela crescimento de 1,8%, fraquíssimo ante os 3,10% do último trimestre de 2010 e abaixo das projeções dos analistas. O dado sobre pedidos de seguro desemprego subiram na última semana para 424.000, após 414.000 na leitura antecedente.
A “gangorra” tem seguimento com volatilidade, o dólar oscila frente ao euro valendo US$ 1,4084 as taxas do T-Bills de 10 anos fecham a curva “yeld” com a valorização dos papéis sinalizando 3,13%, após ter aberto 3,10%, ante 3,13% ontem, e as bolsas S&P e Dow operam em queda, enquanto NASDAQ esta volátil. As “commodities” operam com viés de baixa.
A situação da Europa não consegue emitir sinais de saída confortável, com a Grécia sendo o maior foco, mas havendo outras economias periféricas em situação preocupante e com sérias dificuldades de alinhamento de política fiscal.
O mundo global não proporciona otimismo, e, mesmo onde havia, já há receios decorrentes da necessidade de redução de atividade econômica para amenizar pressões inflacionárias.
O grau de tensão não é o mesmo, mas gradativamente, agora são os governos e não tanto as instituições financeiras – que aparecerão se houver quebra de algum país – que concentram o foco de preocupações, contudo, salvo este detalhe, parece que após quase 3 anos não houve grande afastamento dos problemas iniciados em 2008. Em alguns aspectos, já é pior, visto que não dá mais para implementar novos planos tão magnânimos de socorros, e, os países que estavam confortáveis e passaram pela crise se desenvolvendo mais, hoje precisam reduzir o ritmo de suas economias, pois enfrentam problemas com a inflação.
O sentimento é de que se está buscando uma “porta de saída alternativa”, mas não se está encontrando, por isso há um sentimento de inércia ante o quadro presente, que não permite formação de tendências e os movimentos do mercado financeiro denotam falta de fundamentos sustentáveis.
O risco presente é a derrocada dos preços das “commodities” e um ajuste global das posições especulativas em geral.
No Brasil, a economia ainda perdura com atividade aquecida, com a taxa de desocupação nas 6 regiões metropolitanas avaliadas pela PME (pesquisa Mensal de Empregos) indicando 6,4%, menor taxa desde abril de 2002. Em março o indicador foi de 6,5%.
Na busca dos objetivos de superávit primário de R$ 81,8 Bi para o ano, o governo central atingiu em abril R$ 15,6 Bi, acumulando no quadrimestre a soma de R$ 41,5 Bi.
O aumento do déficit em transações correntes em abril ficou em US$ 3,5 Bi, acumulando no ano R$ 10,515 Bi, e no mês de maio até dia 25 já totalizava US$ 3,227 Bi.
Os IED´s vêm aumentando, somaram US$ 4,32 em abril, totalizando US$ 31,650 Bi no ano frente a US$ 18,199 Bi no mesmo período do ano passado.
Muito embora, os analistas indiquem que é totalmente financiável o déficit em transações correntes, é preciso considerar que grande parte do fluxo positivo da ordem de US$ 45,0 Bi ingressado no país tem acentuada parcela de empréstimos de curto prazo, que foram interrompidos pela imposição do IOF de 6%, que poderão ter prazos vincendos neste ano. Da mesma forma, o crescimento dos IED´s absorve grande parte dos empréstimos “intercompany”, que são classificados como IED´s e não empréstimos pelo BC
A BOVESPA está com saldo positivo neste mês de maio em R$ 1,7 Bi, embora até ontem revelasse alta de 1,27% na semana, perdia 4% no mês. Hoje está volátil, após ter aberto em alta não esta conseguindo sustentá-la.
No mercado de câmbio físico, o preço da moeda americana parece “dado” entre R$ 1,62 a R$ 1,63, com o governo tendo diminuído os “ruídos” sobre o preço e eventuais intervenções/interferências.
Tudo leva a crer, que o governo está “dando tempo ao tempo” para que possa aferir mais detidamente as respostas as suas medidas para conter a inflação, que é a prioridade, porém deseja construir, também, um crescimento do PIB que não reverta bruscamente o cenário atual.
Os especuladores, também estão em “estado de observação”.